09 out, 2023 • Sérgio Costa
Este fim de semana o mundo foi surpreendido com imagens de extrema violência no Médio Oriente. O grupo Hamas atacou Israel e, contando com a resposta do exército israelita, já há cerca de mil mortos.
Essa é a grande questão. Sabemos que Israel tem um sistema de defesa muito apurado e rigoroso, daí a surpresa com os acontecimentos e sobretudo com a dimensão. Os militantes do Hamas desencadearam a ofensiva com recurso a rockets, com militantes armados que atravessaram o muro que divide a Faixa de gaza e o território israelita. Há várias questões a colocar: onde estava a segurança? Sendo que Israel tem um dos serviços secretos mais competentes do mundo, porque não foi possível antecipar este ataque?
Em concreto não. Não houve nenhum acontecimento recente. Este ataque insere-se num conflito que se arrasta há décadas entre palestinianos e israelitas. Contudo, o ataque ocorre exatamente 50 anos após a guerra do Yom Kipur pelo que não será coincidência a data deste ataque.
A 6 de Outubro de 1973 um ataque-surpresa dos exércitos árabes do Egipto e da Síria, com o apoio da generalidade dos países árabes, em defesa do povo palestiniano, fez tremer o Estado israelita. Contudo, dias mais tarde, o exército do estado judaico conseguiu reverter a situação.
Tal como há 50 anos, agora numa escala mais reduzida, uma contra ofensiva de Israel já começou. Espera-se uma resposta militar dura na Faixa de Gaza que é um enclave palestiniano e onde o Hamas tem a sua base.
Hamas em árabe significa entusiasmo ou fervor. Trata-se do Movimento de Resistência Islâmica e o principal objetivo é a instauração de um Estado palestiniano em toda a área de Israel.
Ou seja, o Hamas não reconhece a existência de Israel e contesta os acordos de Oslo que preveem uma solução de dois Estados na região.
É considerado um grupo terrorista e tem a oposição dos palestinianos moderados. Em 2007, o então líder palestiniano, Mahmoud Abbas, chegou mesmo a decretar a ilegalidade da milícia do Hamas.
Não necessariamente. Há indicações que apontam para o apoio do Hezbollah, que é uma milícia xiita que tem o apoio do Irão, país considerado inimigo de Israel.
Já estão a haver consequências. O preço do petróleo já está a subir nos mercados internacionais, o que certamente terá efeitos na economia e na vida do cidadão comum.