20 nov, 2023 • Hugo Monteiro
Ora, por engano, ora por receio. Isto porque a reorganização das urgências tem criado confusão entre os utentes que optam por dirigir-se aos hospitais centrais, porque receiam que as urgências da sua área de residência estejam fechadas.
Mas este é um problema que afeta também quem opera as ambulâncias, que, muitas vezes, não sabem para onde se dirigir e, por engano, acabam por transportar os doentes para os maiores hospitais.
Há vários problemas, por exemplo, a norte. No Porto e em Gaia, os principais referem à agência Lusa que têm recebido utentes de outras unidades da região, quando, na verdade, o mapa das urgências da Direção Executiva do SNS garantia estarem, naquela altura, a funcionar.
Ordem dos Médicos
Carlos Cortes pede transparência ao Governo e às a(...)
Aparentemente, sim. E essa é, de resto, uma denúncia feita pelo Bastonário da Ordem dos Médicos. Carlos Cortes diz que há vários hospitais que não estão a dar informação correta às populações sobre constrangimentos dos diversos serviços. Assim como dos picos de afluência. E por isso o bastonário pede transparência ao Governo e às administrações hospitalares - que acusa de não estarem a ter uma atitude responsável.
Sim, são 37 as unidades de saúde em todo o país, com urgências de várias especialidades a funcionar, esta semana, com limitações. Por exemplo, em Évora, até ao meio dia há constrangimentos em Cirurgia Geral e Medicina, que está a receber apenas os doentes que forem encaminhados pelo INEM. Tudo isto está a provocar picos de procura em diversas unidades. Só na sexta-feira, mais de 470 casos foram registados na Urgência Central do Hospital de Santa Maria em Lisboa - o número mais elevado desde o início de outubro.
Aparentemente quando médicos e governo chegarem a acordo. E, esta semana, na quinta-feira, há nova ronda de negociações do ministro Manuel Pizarro com os sindicatos. Amanhã, é a vez do secretário de Estado da Saúde receber os representantes dos médicos, para uma reunião técnica. Falta saber se haverá esse acordo que terminará com o protesto dos clínicos, que se recusam a fazer mais horas extraordinárias, além das previstas por lei.