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Partidos querem ouvir Marta Temido no caso das gémeas brasileiras. Porquê?

Partidos querem ouvir Marta Temido no caso das gémeas brasileiras. Porquê?

23 nov, 2023 • Sérgio Costa


As gémeas receberam em Portugal um tratamento específico com um custo de 4 milhões de euros. O caso envolve o Presidente da República, mas agora alguns partidos querem também explicações de Marta Temido.

A notícia revelada no início do mês alega que o Presidente da República intercedeu junto do Hospital de Santa Maria para que duas gémeas brasileiras recebessem um tratamento com um custo total de quatro milhões de euros.

Contudo, Marcelo nega qualquer interferência, garantindo que não intercedeu junto do hospital nem de qualquer membro do Governo para que as crianças pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.

Partidos como a Iniciativa liberal e o Chega querem explicações de Marta Temido. Porquê?

Porque mesmo que, por hipótese, tenha havido interferência do Presidente da República, a decisão final cabe a quem tutela a área da saúde. À altura dos factos, quem estava à frente do Ministério da Saúde era Marta Temido. Razão pela qual alguns partidos querem explicações da ex-ministra.

E Marta Temido está disponível para dar essas explicações?

Sim. Fonte próxima de Marta Temido diz que a ex-ministra "tem evidente disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos que sejam necessários a qualquer entidade que entenda requerê-los sobre este caso. Seja a Assembleia da República, o Ministério Público, a Entidade Reguladora da Saúde ou a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde".

As investigações a este caso continuam?

Sim. Há um processo aberto pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde. Este organismo explica que está a verificar se foram cumpridas as normas aplicáveis ao caso.

Como é que as gémeas vieram a Portugal receber um medicamento tão caro?

A mãe das crianças conseguiu marcar uma consulta no Hospital de Santa Maria, para onde se dirigiu logo que chegou a Portugal, mas onde, numa primeira fase, lhe foi recusado o tratamento

Daniela Martins assume, então, que decidiu recorrer aos seus contatos e é aí que refere a nora do Presidente da República, que vive no Brasil, e as meninas acabaram por receber mesmo o tratamento. De acordo com as informações, receberam o tratamento contra o parecer dos médicos, porque as meninas já estavam a receber um outro medicamento no Brasil.

Como é possível administrar um medicamento contra o parecer dos médicos?

Essa é uma das questões ainda sem resposta. Sabemos que os neuropediatras não só se opuseram, como escreveram uma carta a dar conta disso mesmo ao presidente do Conselho de Administração. Entretanto, a carta desapareceu.

É todo um caso complexo que levar agora a explicações de Marta Temido, uma vez que à altura dos factos era a responsável pela pasta da Saúde.

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