24 nov, 2023 • Anabela Góis
O acordo entre Israel e o Hamas permitiu, esta sexta-feira, a libertação de um primeiro grupo de reféns, e também de palestinianos detidos em cadeias israelitas.
Foram 24. É este o número oficial, confirmado pela Cruz Vermelha.
O Qatar - que mediou as negociações entre Israel e o Hamas - anunciou que seriam libertados 13 reféns. Porém, sem que nada o fizesse prever, o Hamas também libertou 10 tailandeses e um filipino, todos homens que trabalhavam na agricultura em Israel e foram também levados para a Faixa de Gaza no dia 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel e fez mais de 1.200 mortos, e raptou mais de 240 pessoas.
Sim, libertou um 1º grupo de 39 palestinianos - 15 adolescentes e 24 mulheres - que cumpriam pena em cadeias israelitas por crimes como arremesso de pedras. A informação foi confirmada pelo Qatar.
O acordo prevê que até segunda-feira sejam libertados ao todo 150 palestinianos em troca de reféns. Durante este periodo está em vigor um cessar-fogo temporário, que começou esta sexta-feira às 7h da manhã (5h em Portugal).
Outra questão acordada foi o aumento da ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Estão previstos 230 camiões. Os primeiros já entraram esta manhã e pela, 1ª vez, também transportam combustível para que os hospitais que ainda funcionam possam manter-se de portas abertas.
É o que está previsto, que o Hamas liberte diariamente grupos de 12 ou 13 reféns, ao longo dos 4 dias de tréguas, até que saiam 50 pessoas. Enquanto isso, Israel vai libertando três vezes mais palestinianos: são 3 por cada refém.
Sim, alguns dos reféns israelitas libertados têm dupla nacionalidade e, segundo o chamado Fórum das Familias dos Reféns e Desaparecidos, foi libertada uma mulher de 72 anos, com passaporte português.
Já se sabia previamente que seria dada prioridade aos menores e às mulheres. O ministro português dos Negócios Estrangeiros, que está em Israel e na Cisjordânia, já tinha dito que, tendo em conta estes critérios, apenas um cidadão com nacionalidade portuguesa poderia ser libertado, e aconteceu mesmo.
A esta hora ainda devem estar a ser sujeitos a avaliação médica já em Israel. Essa informação é avançada pelas forças de segurança israelitas.
Eles foram inicialmente entregues à Cruz Vermelha, saindo pela fronteira de Rafah, para o Egipto. Depois foram transportados de ambulância para serem vistos por médicos, e só depois voltaram para o seu país.
A televisão israelita mostrou o momento em que os reféns eram transferidos das carrinhas da Cruz Vermelha para as ambulâncias. Alguns, idosos, mostravam sinais de fragilidade, o que é natural dado que passaram 49 dias em cativeiro, sabe-se lá em que circunstâncias.