11 dez, 2023 • Sérgio Costa
Há novos desenvolvimentos sobre o caso Santa Casa Global. Que entidade é esta?
A Santa Casa Global, um projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é um operador de lotarias e jogos de azar focado na criação de parcerias internacionais para criar e gerir operações fora do território português.
A atividade deste organismo prende-se com a criação de jogos, mas também na prestação de serviços especializados de aconselhamento técnico e apoio à gestão.
Em que países é que a Santa Casa Global atua?
Está atualmente a operar no Peru, Brasil, Moçambique, mas estaria a desenvolver o processo de expansão para outros países.
No entanto, sabemos que foram suscitadas dúvidas com a atividade. O que se passa?
A Santa Casa estará a correr o risco de perder 50 milhões de euros.
Em causa estão, sobretudo, os investimentos efetuados no Brasil e a existência de compromissos financeiros e vários empréstimos, onde os negócios que terão corrido mal.
A Santa Casa cancelou parceria com um Banco de Brasília para explorar jogo e lotaria naquele país. Negócios que de acordo com a provedor da Santa Casa, Ana Jorge, são confusos e mal explicados.
E há alguma investigação em curso?
Sim, para além de uma auditoria solicitada pela própria Santa Casa, o caso suscitou a abertura de um inquérito da PGR.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a investigar os indícios de irregularidades detetados pela auditoria ao negócio de internacionalização da Santa Casa, em que foram gastos 27 milhões de euros, muito acima dos cinco milhões que estavam inicialmente previstos.
E como é que Ana Mendes Godinho aparece neste caso?
De acordo com o jornal Público, a ministra do Trabalho, que tutela a Santa Casa, terá tido conhecimento dos valores investidos, bem acima dos tais 5 milhões. Algo que a própria Ana Mendes Godinho não terá revelado numa audição parlamentar sobre o caso.
Mas quem é que garante que Ana Mendes Godinho teve, afinal, conhecimento desse investimento de perto de 30 milhões?
Edmundo Martinho, antigo provedor. Já o referiu diversas vezes e agora o jornal Público revela a existência de correspondência em que alegadamente terá sido comunicado à ministra esse investimento bem acima dos 5 milhões e que estarão em risco de se perder.