03 jan, 2024 • Fátima Casanova
Esta quarta-feira, milhares de alunos regressaram à escola para o segundo período do ano letivo.
Foi também esta quarta-feira que foi revelado que os portugueses elegeram a palavra "professor", como a palavra de 2023.
O Explicador Renascença refere quantos alunos ainda têm falta de professor, no novo ano.
Os alunos regressaram esta quarta-feira à escola, mas isso não significa que tenham aulas a todas as disciplinas.
O Ministério da Educação diz que, “a 29 de dezembro, estavam sem professor a pelo menos uma disciplina 1.161 alunos”. O gabinete do ministro João Costa adianta que “não há horários por ocupar anteriores ao início de novembro”.
Mas, segundo uma estimativa do movimento “Missão Escola Pública”, pelo menos 35 mil alunos ainda não têm os professores todos neste arranque do segundo período. É de notar, ainda, que durante as férias escolares a plataforma de colocação de docentes esteve encerrada.
Sim e já esta tarde a Fenprof revelou que um quarto das escolas não conseguiram ter todos os professores no primeiro período letivo.
Em conferência de imprensa, o líder da Fenprof disse ainda que apenas 41% das escolas completaram o quadro ao longo do mês de setembro.
A Fenprof diz ainda que muitas direções de escolas estão a deixar de pedir horários, ou seja, não os colocam a concurso, por considerarem que não vale a pena.
Para já, o que está a acontecer é que as escolas estão a contratar pessoas sem habilitação para dar aulas. O Governo abriu portas a essa possibilidade para combater a falta de professores.
Há advogados, por exemplo, a dar Português ou História ou geólogos a dar Geografia.
Esta é uma situação denunciada por sindicatos que dizem que as aprendizagens ficam comprometidas.
O ano letivo ainda tinha poucos dias e já havia mais de mil pessoas sem habilitação para a docência, que estavam a dar aulas.
A vinculação dinâmica ainda assim conseguiu colocar cerca de oito mil professores este ano letivo
No entanto, há professores a ameaçar desistir, porque, de acordo com as regras, vão ter de concorrer obrigatoriamente a todo o país e muitos destes docentes já dizem que se ficarem muito longe da área de residência vão rescindir.
Há um movimento que já reúne mais de 800 professores que aderiram à vinculação dinâmica que dizem isso mesmo.
Foi. Mais de 48% dos cerca de 90 mil votantes elegeram a palavra “professor”.
Esta é uma iniciativa da Porto Editora que considera que esta escolha tem a ver com as centenas de protestos e greves de professores que ocorreram por todo o país.
Curioso é que, logo a seguir, ficou outra profissão que tem sido notícia pelos protestos que tem protagonizado: “médico” foi a segunda mais votada na eleição da palavra do ano.