11 jan, 2024 • Anabela Góis
Desde domingo, os políticas têm feito protestos, vigílias e recusas em sair para o serviço.
Há um clima de protesto e insubordinaçao nas forças de segurança, mas porquê?
O Explicador Renascença diz o que está por trás.
Sobretudo de salários baixos e de falta de condições de trabalho. São queixas antigas, mas a gota de água que levou a esta onda de protestos foi o aumento do complemento salarial que é pago aos colegas da Polícia Judiciária.
Aliás, quando promulgou o diploma, o Presidente da República alertou para o tratamento desigual das forças de segurança, devido à discrepância e disparidade dos valores pagos e alertou o Governo para a necessidade de corresponder ao que disse ser a “justa insatisfação” das outras forças policiais.
Por exemplo, quando entram na carreira os polícias e guardas prisionais recebem 907 euros não é muito mais do que o salário mínimo. Têm depois suplementos de risco que nesta fase totalizam os 280 euros, e que na categoria com mais efetivos - a de agente principal - chega aos 360 euros.
Já na Polícia Judiciária, o complemento salarial subiu recentemente para os 967 euros brutos.
Primeiro convém dizer que a Judiciária depende do Ministério da Justiça... e a PSP do Ministério da Administração Interna...
O Governo justifica o aumento da Judiciária com o investimento na valorização das carreiras para reforçar os meios de combate às diversas formas de criminalidade...
Quanto à PSP, vários sindicatos e associações das forças de segurança reclamam um aumento salarial de 150 euros, mas a esta reivindicação, o ministro da Administração Interna responde que os salários dos policias têm vindo a ser aumentados e vão subir mais até 2026 está previsto um aumento médio de 20% para as forças de segurança.
Para além de estarem em curso negociações sobre salários e subsídios, de turno e de patrulha mas o ministro tabém lembrou que com o Governo em gestão, esta negiociação está agora limitada.
Continuam e estão a mobilizar centenas de policias por todo o país.
Houve vigílias frente à Assembleia da República, em Lisboa, mas também noutros locais - no Porto, em Braga, Faro, Caldas da Rainha, Leiria e Castelo Branco e até Açores e elementos da GNR também se associaram aos protestos.
Para além das reividicações salariais, centenas de carros-patrulha terão ficado parados porque os polícias alegam que não tinham condições para circular deram-nos como inoperacionais.
E depois tivemos um episódio que ainda está mal explicado: Os contactos da PSP que aparecem online foram substituídos pelo número de telefone geral da Judiciária. Um caso que está nesta altura a ser investigado, mas que pode não ser alheo a estes protestos.
Não e isso é o mais curioso, porque aparentemente a iniciativa partiu de um agente isolado da PSP.
Chama-se Pedro Costa e no domingo à noite em vez de ir para o aeroporto de Lisboa, onde trabalha, decidiu rumar para a Assembleia da República, explicando, num vídeo que divulgou via WhatsApp, que estava farto de não receber o suficiente para as tarefas que desempenha.
O vídeo tornou-se viral e gerou um movimento de solidariedade que alastrou a todo o país.
Não se sabe. O diretor nacional reuniu-se com os sindicatos do setor a quem manifestou "solidariedade" com o protesto.
Aliás, já tinha dito publicamente que a PSP devia beneficiar do mesmo reconhecimento que a Judiciária teve, mas também enviou um email aos policias a defender a importância de cumprir a missão da PSP, e a pedir bom senso, apesar de declarar que a causa é justa e de dizer que está sempre com os polícias.
Não se sabe como vai acabar, os polÍcias garantem que só param os protestos quano receberem garantias concretas de que as reivindicações vão ser atendidas.