29 jan, 2024 • Miguel Coelho
A Renascença divulga a partir desta segunda-feira a Sondagem das Sondagens, um instrumento com provas dadas em ocasiões anteriores e que vai permitir acompanhar a evolução das intenções de voto até às eleições legislativas de 10 de março.
O Explicador Renascença explica o funcionamento do modelo.
A Sondagem das Sondagens é um agregador de sondagens, ou seja, é um mecanismo que junta os diferentes estudos de opinião política feitos ao longo do tempo pelas diferentes entidades que produzem as sondagens, como instituições de ensino superior.
Não é uma média. O que este modelo faz é combinar os resultados dos partidos em cada uma das sondagens, através de um exercício de filtragem, feito com um algoritmo que reduz o ruído estatístico gerado pela publicação de muitas sondagens e produz uma estimativa, mais exata, de um valor que represente a intenção de voto.
O método que usamos é o chamado filtro de Kalman - criado por Rudolph Kalman, um matemático húngaro - que permite olhar para os resultados das sondagens como um todo e interpretar as tendências ou desvios entre elas. Desta forma, quando algum dado se comporta de maneira diferente, o filtro pondera se se trata de um erro da amostra, de algum fenómeno isolado, ou não.
Além disso, o filtro de Kalman calcula a margem de erro da intenção de voto - uma margem que aumenta nas sondagens mais antigas e que é menor no caso das mais recentes. Tudo calculado para que a ponderação final seja o mais fiel possível.
É a equipa de dados da Renascença - Diogo Camilo, João Pedro Quesado e Salomé Esteves. Durante este processo, a Renascença contou com o apoio de Luís Aguiar-Conraria, presidente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, a partir do método adotado pelo projeto POPSTAR, coordenado pelo politólogo Pedro Magalhães e que é vocacionado justamente para a análise da opinião pública.
São incluídos. Mas, ao contrário de anos anteriores, em que se era assumida a distribuição de indecisos feita por cada uma das casas de sondagens, desta vez, a Renascença optou por fazer a distribuição das percentagens. Portanto, atribuímos a cada partido uma parte dos indecisos que é proporcional à percentagem das suas intenções de voto. A vantagem é que, assim, aplica-se o mesmo critério a todas as sondagens e a todos os partidos.
Sim, já desde esta manhã, temos tudo em sondagens.rr.sapo.pt. Verifica-se um empate técnico entre PS e AD, embora com vantagem para os socialistas, que têm 30% das intenções de voto, contra 26,7% para a Aliança Democrática. Mas, como a margem de erro é de quase dois por cento, para cima e para baixo, ambos os partidos estão dentro da margem de variação.
Em terceiro aparece o Chega com 17%, seguido do Bloco com 7,8%, da IL com 5,3%, a CDU com 3,2%, o PAN com 2,2% e, finalmente, o Livre, com 1,8%.