06 mar, 2024 • André Rodrigues
Mais de 200 mil portugueses viciados em jogos online pediram para ser autoexcluídos, segundo dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, divulgados pelo "Público".
Como é que alguém o pode fazer? E qual é o perfil dos jogadores online portugueses?
O Explicador Renascença esclarece.
Estamos a falar de pessoas que participaram em, pelo menos, um jogo online e que pedem para ser impedidas de jogar. Seja em apostas de jogos de fortuna ou de azar, sejam em apostas desportivas.
Ou seja, os autoexcluídos são aqueles jogadores que pediram a suspensão do acesso e dos registos nas plataformas de jogo online.
Há duas maneiras possíveis: ou no site da entidade exploradora onde joga ou através da plataforma de autoexclusão do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos.
Em ambos os casos, o jogador pode pedir a sua autoexclusão por um período mínimo de três meses ou por um período indeterminado.
Se a pessoa optar pela autoexclusão num determinado site, fica apenas impedido de jogar nessa plataforma. Se optar pela autoexclusão através do Serviço de Regulação e Inspeção, fica com acesso bloqueado a todos os sites de jogos e apostas online licenciados em Portugal.
A maior parte dos jogadores concentra-se em Lisboa e no Porto, com mais de 40% de registos. Seguem-se Braga, Setúbal e Aveiro, com mais de 25% de jogadores registados.
Por faixas etárias, quase 80% dos jogadores têm menos de 44 anos, mais de um terço têm entre 25 e 34 anos.
Mas é entre os 18 e os 24 anos que se verifica uma maior percentagem de novos registos em plataformas de jogo online. São 33% dos novos registos contabilizados até ao final do ano passado.
Continuam a crescer. De acordo com a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online, dos 268 milhões de euros de receita obtidos em 2023, mais de 81 milhões foram registados nos últimos três meses do ano.
Isto reflete uma subida de 31% em relação ao mesmo período de 2022.
Em termos de receita bruta, no espaço de um ano, o jogo online teve um crescimento próximo dos 40% entre 2022 e 2023.
Em termos médios, cada jogador gasta cerca de dois euros e meio por dia. É um valor em linha com uma sondagem desenvolvida pela Aximage, em julho do ano passado.
Em termos mensais, três em cada quatro jogadores online gastam até 50 euros por mês.
E apenas 6% gastam mais do que 100 euros mensais.
Valores que, para a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online, estão em linha com o que é considerado razoável para um produto de entretenimento.