25 mar, 2024 • André Rodrigues
Não para de aumentar a conta trágica do atentado da passada sexta-feira numa sala de espetáculos em Moscovo.
A mais recente atualização dá conta de pelo menos 137 mortos e o número pode não ficar por aqui. E, sabe-se, que os Estados Unidos já tinham avisado à Rússia que algo assim podia acontecer.
O Explicador Renascença esclarece.
Nesta altura, os serviços de emergência prosseguem com as buscas para localizar mais corpos dos escombros do Crocus City Hall. Por essa mesma razão, as autoridades russas admitem que o número de vítimas poderá ser superior às 182 até agora contabilizadas.
De acordo com o site do Departamento de saúde da região de Moscovo, há também registo de, pelo menos, 182 feridos.
Sendo que, desses, mais de uma centena permanecem hospitalizados e muitos deles encontram-se em estado grave.
Até ao momento, foram detidas 11 pessoas relacionadas com este ataque. Quatro deles tiveram participação direta no atentado e ficam em prisão preventiva, pelo durante dois meses.
De acordo com as informações mais recentes, estes quatro indivíduos são cidadãos do Tajiquistão, têm idades entre os 19 e os 32 anos e integram o ramo afegão do Estado Islâmico.
Este atentado de sexta-feira é o mais mortífero alguma vez reivindicado pela organização terrorista em solo europeu.
É, também, o mais trágico em solo russo desde o cerco de 2004 a uma escola em Beslan, no Cáucaso russo, que resultou na morte de 334 pessoas. Metade das quais, crianças.
Só mesmo essa afirmação feita pelo Presidente russo. Putin sugeriu que Kiev teria preparada uma janela para os terroristas cruzarem a fronteira da Rússia para a Ucrânia.
O governo ucraniano negou esse envolvimento e acusou o Kremlin de querer arranjar um pretexto para escalar a guerra.
Uma coisa é certa: no início do mês, os Estados Unidos emitiram um alerta global perante a iminência de um atentado do Estado Islâmico em território russo.
Aparentemente, sim. O Kremlin terá ignorado essas informações e, após o ataque de sexta-feira, terá instruído a comunicação social estatal a enfatizar possíveis "vestígios" do envolvimento ucraniano.
A França elevou o alerta de terrorismo para o nível mais elevado. A decisão foi tomada, após uma avaliação feita pelos serviços de segurança e de defesa.
O facto de o Estado Islâmico reclamar a responsabilidade pelo ataque de Moscovo é, por si só, razão suficiente para elevar o nível de alerta para "ataque iminente".
Isso mesmo é referido pelo primeiro-ministro francês, através de uma publicação na rede X (antigo Twitter). Daniel Attal diz que este ataque, a par com as ameaças que pesam sobre o país, justificam a ativação do nível mais elevado do sistema de alerta terrorista.
Na prática, isto significa que as forças de segurança podem tomar medidas excecionais. Desde logo, o reforço da presença dissuasora da polícia, com agentes armados em locais públicos, como estações de comboios, aeroportos e locais religiosos.