16 mai, 2024 • André Rodrigues
O primeiro-ministro da Eslováquia foi alvo de um atentado esta quarta-feira.
O ataque a Robert Fico aconteceu após uma reunião do Governo, perto da capital Bratislava.
O Explicador Renascença esclarece.
De acordo com as mais recentes informações, o primeiro-ministro eslovaco já não corre perigo de vida, depois desse ataque que aconteceu na tarde desta quarta-feira.
Robert Fico foi baleado por um homem de 71 anos. Sofreu ferimentos graves na zona do abdómen e numa mão.
Foi, de imediato, levado para o hospital e submetido a uma intervenção cirúrgica que, ao que tudo indica, correu bem. Robert Fico não corre, por isso, perigo de vida.
Ainda não, mas logo na primeira reação a este atentado, o ministro da Defesa da Eslováquia disse não haver dúvidas de que foi um "ataque com fundamentos políticos", que revela a "incapacidade de aceitar a vontade da sociedade" - uma alusão à vitória eleitoral de Robert Fico em outubro do ano passado.
De resto, em entrevista a um site de notícias eslovaco, o filho do suspeito foi confrontado com as possíveis motivações para este ataque. Disse apenas que o pai não tinha votado em Robert Fico nas eleições de outubro do ano passado.
Sabe-se ainda que este suspeito tem 71 anos, é escritor e fundador do "Movimento Contra a Violência", que se define na sua página no Facebook como "um partido político emergente com o objetivo de impedir a propagação da violência na sociedade".
É uma figura, no mínimo, controversa. Iniciou o percurso político no Partido Comunista da Checoslováquia. Chegou ao Parlamento do país em 1989, pouco antes do fim da Guerra Fria. Foi deputado e vice-presidente do Partido da Esquerda Democrática, sucessor do Partido Comunista checoslovaco, e em 1999 fundou o Direção Social-Democracia, um partido de esquerda que, em apenas três anos, tornou-se o principal partido da oposição.
Foi eleito para dois mandatos como primeiro-ministro em 2006 e 2012.
Depois disso, voltou à oposição e foi já nos tempos da pandemia que revelou o seu lado mais controverso: primeiro, questionando os efeitos da vacinação; depois, pondo em causa as restrições associadas à pandemia.
Sim. Aliás, Robert Fico foi eleito novamente no ano passado, depois de uma campanha marcada por posições nacionalistas, pró-Rússia e pró-Putin.
No dia seguinte à sua tomada de posse, Robert Fico anunciou a suspensão do apoio militar à Ucrânia.
Mas não é tudo: na campanha eleitoral, Robert Fico pôs em causa os direitos da comunidade LGBT, bem como a política de migração e asilo da União Europeia.
Outra das intenções controversas do primeiro-ministro eslovaco era o encerramento da rádio e da televisão pública do país.