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Como é que as palavras da ministra da Saúde levaram à demissão da administração do Hospital de Viseu?
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Como é que as palavras da ministra da Saúde levaram à demissão da administração do Hospital de Viseu?

14 jun, 2024 • André Rodrigues


A falta de médicos está a afetar o atendimento na urgência pediátrica que, desde o início do mês, está encerrada todos os dias entre as oito da noite e as nove da manhã.

A administração do Hospital de Viseu demitiu-se em bloco esta quinta-feira.

A decisão surgiu após as declarações da ministra da Saúde, esta semana, no Parlamento.

O Explicador Renascença esclarece tudo.

O que disse Ana Paula Martins?

A ministra da Saúde disse que há lideranças fracas no SNS.

Em particular, a governante referia-se às unidades hospitalares com médicos que, nesta altura do ano, já ultrapassam as 150 horas extraordinárias a que são obrigados por ano.

Isto motiva a saída da administração do hospital de Viseu?

Sim, porque é o que já acontece em Viseu.

A administração hospitalar, sentindo-se atacada por esta repreensão da ministra, decidiu apresentar a sua demissão, alegando falta de confiança política por parte da tutela.

É caso único?

Nesta altura, sim. A Renascença confrontou o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, com um eventual efeito de contágio desta demissão a outras unidades hospitalares.

Xavier Barreto admite - e espera - que tal não aconteça, lembrando que é necessário manter a estabilidade nos hospitais, para que consigam enfrentar períodos complexos como o verão que se avizinha.

A decisão pode ter consequências no atendimento dos utentes?

Já está a ter. A falta de médicos está a afetar o atendimento na urgência pediátrica que, desde o início do mês, está encerrada todos os dias entre as oito da noite e as nove da manhã.

Mas os problemas não são de agora: em finais do ano passado, a direção clínica do Hospital de Viseu alertava para o risco de colapso por receber doentes de outros hospitais, nomeadamente da Guarda.

Na altura, isso motivou o encerramento noturno da urgência de cirurgia e de ortopedia e, até, a inativação da via verde coronária.

Isto para não falar dos constantes problemas no atendimento na urgência geral, que levaram a administração do Hospital de Viseu a falar em situação de estrangulamento do serviço.

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