Turismo. Quem escolhe Portugal para passar férias e quanto gastam os portugueses quando viajam?

É um retrato feito om base em dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística, que foram divulgados esta segunda-feira. Indicam que os portugueses, no ano passado, viajaram mais cá dentro e lá para fora, mas cortaram nos gastos nas viagens ao estrangeiro.

Segundo o INE, cada português gastou em média em deslocações ao estrangeiro 736 euros, o que representa menos 15 euros que no ano anterior, 2022. Se compararmos com o ano pré pandemia, cada português desembolsou no ano passado mais 125 euros em cada viagem do que tinha acontecido nessa altura.

E os portugueses que resolveram passar as férias cá dentro... quanto é que gastaram?

Quem não saiu do país em média gastou 164 euros. E, neste caso, foi mais um euro apenas do que os gastos no ano anterior. Já se compararmos com 2019 - um ano antes da pandemia - foram mais 31 euros por pessoa gastos em férias em Portugal. No total, em 2023, os portugueses fizeram quase 24 milhões de viagens turísticas, a maior parte delas em território português. Apenas três milhões e 200 mil passaram a fronteira, que é um número que tem estado a subir nos últimos anos.

Foram muitos mais os estrangeiros que nos visitaram do que os portugueses que saíram. De acordo com o INE, Portugal recebeu no ano passado 26 milhões e meio de turistas, cerca de mais quatro milhões do que no ano anterior. Quem nos prefere são os nossos vizinhos espanhóis, que são a principal fatia: representam um quarto dos turistas que recebemos. No ano passado foram mais de seis milhões e meio os espanhóis que nos visitaram. Depois, aparecem na lista os britânicos, os franceses e os alemães, sendo que, genericamente, aumentaram os turistas de todas as nacionalidades.

E Portugal teve alojamento para essa gente toda?

Teve. Em julho do ano passado estavam em atividade cerca de oito mil estabelecimentos turísticos, que registaram 85 milhões de dormidas. Os estrangeiros deram origem a dois terços, ou seja, 57 milhões de pernoitas, o que mostra como o turismo em 2023 esteve dependente, de facto, dos mercados internacionais, realidade que deve prosseguir este ano. Todas as regiões tiveram um aumento do número de dormidas, mas destacam-se com os maiores crescimentos o Oeste e vale do Tejo, o norte e a Grande Lisboa. Só o Algarve e a península de Setúbal ficaram aquém dos níveis pré-pandemia. Fazendo as contas, em 2023 os estabelecimentos de alojamento turístico arrecadaram seis mil milhões de euros, mais 20 por cento do que no ano anterior.