06 out, 2024 • Hugo Monteiro com Reuters
Arranca a temporada dos prémios Nobel. Esta segunda-feira, vai ser conhecido o nome do escolhido, ou escolhidos, na área da Medicina.
Isto numa altura em que cada vez mais se fala na possibilidade de António Guterres vencer o Nobel da Paz, que será divulgado na sexta-feira.
O Explicador Renascença esclarece o processo.
Tudo começa com a indicação dos nomeados.
Na verdade, milhares de pessoas podem propor nomes para o Nobel da Paz.
Sejam membros de governos e parlamentos; chefes de estado; académicos e até outras pessoas que já tenham sido laureadas com o Nobel da Paz.
Sim. É uma lista com cerca de 300 indicados. As indicações encerraram a 31 de janeiro.
Embora a lista completa seja mantida em segredo, os nomeados são livres para o divulgar.
E o secretário-geral das Nações Unidas é, de resto, apontado por vários especialistas como favorito. Mas há outros: entre eles, a agência da ONU para os refugiados palestinianos, o Tribunal Internacional de Justiça, ou mesmo o Papa Francisco.
Outro dos nomes apontados é o de Volodymyr Zelensky mas, neste caso, será menos provável, uma vez que o Presidente ucraniano é chefe de Estado de um país em guerra.
O Comité Nobel norueguês, constituído por cinco personalidades nomeadas pelo parlamento da Noruega
O método de decisão procura seguir o testamento deixado por Alfred Nobel, que indica o prémio deve ser atribuído à pessoa que fez mais ou melhor para promover a paz, as boas relações entre as nações e a abolição ou a redução dos exércitos.
O comité Nobel reúne-se pela primeira vez em fevereiro e depois todos os meses. E a cada reunião, a lista de possíveis vencedores vai-se reduzindo até chegarmos à shortlist.
A decisão final é tomada no início de outubro, nesta altura. Normalmente, por consenso. Se isso não for possível, a decisão é tomada por uma maioria de votos.
Guterres tem tido várias declarações, nomeadamente, sobre o conflito no Médio Oriente depois do ataque do Hamas a Israel e depois da ofensiva israelita em Gaza.
As duas coisas. Se por um lado, as declarações de Guterres têm merecido o apoio de muitos líderes mundiais, há outros mais próximos de Israel, que não concordam com o secretário-geral da ONU que nos últimos dias foi considerado "persona non grata" em Israel e proibido de entrar no país.
10 da manhã da próxima sexta-feira.
E a entrega do prémio está marcada para 10 de dezembro em Oslo, a capital norueguesa.
Uma medalha, um diploma e 11 milhões de coroas suecas - cerca de um milhão de euros.