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Telemóveis. Quais as recomendações da Sociedade de Neuropediatria?

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Telemóveis. Quais as recomendações da Sociedade de Neuropediatria?

24 out, 2024 • Redação


Sociedade Portuguesa de Neuropediatria defende que telemóveis comprometem desenvolvimento das crianças, afetando a aprendizagem e provocando perturbações ao nível do défice de atenção, da hiperatividade, da linguagem e também do desenvolvimento motor.

No Explicador Renascença, esta quinta-feira, temos a petição, com mais de 23 mil assinaturas, que chegou ao Parlamento a defender a proibição dos telemóveis nas escolas.

A iniciativa pede um recreio escolar sem smartphones, num momento em que a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, também com a mesma preocupação em mente, alerta para os perigos dos ecrãs em crianças pequenas.

O que dizem os especialistas?

Recomendam que as crianças até aos três anos não tenham contacto com ecrãs táteis, como os telemóveis ou tablets. Pedem também aos pais para não utilizarem estes aparelhos para controlar birras ou para evitar que a criança se aborreça.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, estes dispositivos comprometem o desenvolvimento das crianças, afetando por exemplo a aprendizagem e provocando perturbações ao nível do défice de atenção, da hiperatividade, da linguagem e também do desenvolvimento motor.

Qual é a explicação para estes dispositivos terem esse impacto tão negativo?

Segundo um neuropediatra ouvido pela Renascença, Tiago Proença, os ecrãs táteis desligam, em certa medida, o cérebro das crianças.

É importante “a criança sentir-se aborrecida, porque é isso que lhe vai permitir desenvolver a imaginação”, que faça brincadeiras. Mas se lhe puserem um ecrã à frente, o cérebro dela como que se “desliga”.

Como se distinguem os telemóveis da televisão?

A televisão não é um estímulo permanente. Se a criança sai de casa, deixa de ver televisão, não a leva consigo.

Neste momento, a criança leva o ecrã com ela e vai no elevador a ver o ecrã, chega ao carro e fica a olhar para o ecrã, chega ao restaurante e continua focada no ecrã. Portanto, há uma capacidade de estar constantemente a receber estes estímulos, que vão criar uma descarga de dopamina que dá prazer à criança e é, por isso, que ela vai querer mais.

Segundo o especialista com quem a Renascença falou, esta dopamina é de libertação imediata, é muito fácil de obter e, assim, não se ajuda a criança a lutar por coisas que são mais complexas.

Há alternativa?

É importante ajudar a criança a ter capacidade para esperar, gerir o seu aborrecimento. Isso que vai permitir que desenvolvam a imaginação, que façam brincadeiras.

Devíamos aplicar as mesmas regras à televisão?

A televisão deve ser permitida, mas limitada a um máximo de 30 minutos por dia. Já dar um smartphone ou tablet, a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria considera grave e errado antes dos três anos.

Dos sete aos onze anos, a SPN aconselha estabelecer limites de tempo, que no total não devem exceder uma hora por dia.

Para os mais crescidos, entre os 12 e os 15, o tempo de exposição diária aos ecrãs táteis não deve ultrapassar as duas horas, enquanto para os jovens entre os 16 e os 18 anos, o limite deve ser de 3 horas.

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