29 out, 2024 • Pedro Mesquita
Num comício de Trump no Madison Square Garden, em Nova Iorque, o comediante norte-americano Tony Hinchcliffe achou que seria engraçado referir-se a Porto Rico como uma "ilha de lixo flutuante no meio do oceano”.
Ora, como seria de prever, a comunidade porto-riquenha não achou graça nenhuma.
Só na Pensilvânia vivem meio milhão de eleitores porto-riquenhos e este é um Estado, tal como o Michigan ou o Estado de Wisconsin, por exemplo, é considerado um "swing state", estado oscilante ou pendular, que tanto pode dar a vitória ao partido Democrata como ao partido Republicano.
Os "swing states" são considerados Estados decisivos que podem pender para qualquer um dos lados. As sondagens mostram grande equilíbrio entre Kamala Harris e Donald Trump.
Se houver um voto de protesto contra Donald Trump, os porto-riquenhos podem desequilibrar o prato da balança a favor de Kamala Harris.
Apesar de serem considerados cidadãos norte-americanos, Porto Rico não é um Estado dos EUA. Trata-se de um "Estado livre associado" dos EUA.
Esse estatuto confere a quem nasceu na ilha alguns direitos, como a cidadania norte-americana, a liberdade de circulação para os EUA, e alguma autonomia. Mas atenção: quem reside em Porto Rico não o direito de votar nas presidenciais norte-americanas, pode apenas eleger um governador.
Situação diferente é a dos cidadãos porto-riquenhos que vivem nos Estados Unidos. Esses podem votar nas presidenciais norte-americanas.
São cerca de um milhão e duzentos mil.
Não são muitos, tendo em conta a dimensão dos EUA, mas na Pensilvânia vivem mais de 450 mil e poderão fazer a diferença nestas eleições, se os porto-riquenhos que ali vivem decidirem penalizar Donald Trump nas urnas.
Veremos o que acontece dentro de uma semana.