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Os EUA autorizam a Ucrânia a utilizar armas de longo alcance para atacar a Rússia. O que significa?
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EUA autorizam Ucrânia a utilizar armas de longo alcance para atacar a Rússia. O que significa?

18 nov, 2024 • André Rodrigues


O ainda Presidente dos Estados Unidos autorizou as forças ucranianas a usar estas armas em resposta ao envio de tropas da Coreia do Norte para apoiar a Rússia.

Os Estados Unidos autorizam a Ucrânia a utilizar armas de longo alcance para atacar a Rússia. A decisão foi anunciada nas últimas horas por Joe Biden.

O que é que isto significa?

Significa que, a partir de agora, as forças ucranianas podem utilizar os sistemas de mísseis táticos do exército norte-americano que são capazes de realizar ataques com precisão a mais de 300 quilómetros de distância dos alvos.

Desta forma, Kiev passa a ter a capacidade de atingir posições estratégicas dentro da própria Rússia.

Que posições estratégicas?

Essencialmente, bases aéreas, depósitos de munições, posições de comando e centrais logísticas do exército russo que, caso sejam atacados, vão dificultar o reabastecimento das tropas russas que combatem na Ucrânia.

Por essa razão, Kiev tem-se batido pela permissão de utilizar este tipo de armamento para atingir, em primeiro lugar, os tais alvos estratégicos e, com isso, fazer com que o exército russo recue para longe da fronteira.

E por que razão é que esta autorização surge só agora?

Pode ser vista como um aviso dos Estados Unidos à Coreia do Norte, que já tem tropas a combater em território russo, em particular na região de Kursk, que é precisamente a zona da Rússia que poderá ser visada pela Ucrânia nas próximas semanas, recorrendo a estes mísseis de longo alcance. Ou seja, com esta autorização, Joe Biden pretende colocar pressão sobre Pyongyang para que não envie mais tropas para apoiar a Rússia.

Mas Biden era contra o uso destes mísseis por parte da Ucrânia. Por que razão mudou de ideias?

Esse é o outro lado da questão. É que, no plano interno, Joe Biden quer mostrar quem é que ainda continua a mandar na Casa Branca.

Donald Trump toma posse como Presidente a 20 de janeiro e, a partir dessa altura, terá de lidar com esta decisão de Joe Biden, no contexto da célebre promessa de acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, que deixa subentendida a ideia de que pode acabar com o envio de armamento para território ucraniano.

E para a Rússia, o que é que isto significa?

Significa a ultrapassagem de uma linha vermelha. Vladimir Putin sempre que disse que, caso se desse esta autorização para a Ucrânia utilizar armas ocidentais, isso significaria uma declaração de guerra à Rússia por parte dos Estados Unidos, da Europa e da NATO.

Foi, aliás, nesse sentido que se pronunciaram vários políticos russos, sugerindo que esta decisão de Joe Biden coloca o mundo perante a iminência de uma terceira guerra mundial.

Vladimir Putin já reagiu de viva voz?

Ainda não. Contudo, o ministério russo dos Negócios Estrangeiros reitera a posição já expressa por Vladimir Putin que diz que uma concessão deste género à Ucrânia significa que os Estados Unidos, a NATO e a Europa estarão em guerra com a Rússia.

O que diz Zelensky?

Não comenta diretamente esta autorização anunciada por Joe Biden. Mas, num vídeo que publicou nas últimas horas, disse que "há coisas que não se anunciam", sugerindo que pode estar para breve um ataque a posições russas com mísseis de longo alcance.

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  • Retórica de ameaças
    18 nov, 2024 Europa 09:31
    Vai haver tanto a III guerra mundial, como se vai descobrir a fórmula para a Juventude Eterna. A Rússia usa o nuclear? Contra quem? Se o fizer contra o Ocidente e EUA, a retaliação maciça que se seguiria significaria o fim da Rússia e do Mundo como o conhecemos. Contra a Ucrânia significaria a Rússia perder a Ucrânia e a guerra: o território não destruído seria de imediato ocupado pela NATO ficando fora de alcance da Rússia, e o outro, de contaminado, não serviria para ninguém. Ataque convencional? Quando a NATO tem exércitos intactos e superioridade de 5 para um, e a Rússia depois de quase 3 anos de guerra ainda está "atolada" no Donbass e até já perdeu uma parte do seu próprio território? A Rússia vai fazer o que faz melhor: ameaças. Mas não vai passar disso, por incapacidade de ir mais além.