Siga-nos no Whatsapp
Explicador Renascença
As respostas às questões que importam sobre os temas que nos importam.
A+ / A-
Arquivo
Países nórdicos preparam populações para a guerra?
Ouça o Explicador Renascença

​Explicador Renascença

Países nórdicos preparam populações para a guerra?

18 nov, 2024 • Anabela Góis


Depois da Noruega e da Finlândia, milhões de suecos começaram a receber folhetos com indicações várias. Ouça o podcast.

No Explicador Renascença desta segunda-feira falamos dos preparativos em curso nos países nórdicos para uma eventual guerra.

Depois da Noruega e da Finlândia, milhões de suecos começaram a receber folhetos com indicações várias.

O que é que justifica estes preparativos?

A Suécia diz que é uma medida que se justifica por haver uma clara deterioração na segurança, na sequência da invasão russa da Ucrânia. Uma guerra que já dura há quase mil dias - completam-se amanhã - sem que se vislumbre ainda um fim.

E não será certamente coincidência que estes folhetos tenham começado a ser distribuídos depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter autorizado a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra a Rússia, decisão que terá sido seguida pelo Reino Unido e por França, embora nada disto seja ainda oficial.

A Rússia fala em provocação com risco de consequências catastróficas. Acusa a Casa Branca de atirar gasolina para a fogueira e já fala em III Guerra Mundial. Seja ou não por isso, os nórdicos decidiram preparar-se.

É a primeira vez que os suecos recebem um panfleto deste género?

Não. O primeiro panfleto do género foi distribuído durante a II Guerra Mundial e depois foi atualizado para a Guerra Fria. Voltou, de novo, a ser produzido há seis anos e agora foi revisto e aumentado.

O folheto "Se houver crise ou guerra" tem agora 40 páginas - já é um pequeno livro - e há uma mensagem que estava a meio e que agora passou para o início: “Se a Suécia for atacada por outro país, nunca desistiremos. Todas as informações no sentido de que a resistência deve cessar são falsas”.

Além do apelo à resistência que outros conselhos práticos é que este guia tem?

Uma das recomendações mais importantes é para que todas as pessoas tenham em casa alimentos e água potável suficientes para três dias. Alimentos com um prazo de longa duração, como latas de feijão, barras de cereais, massas e sopas prontas. Mas também medicamentos, incluindo, comprimidos de iodo para a eventualidade de um acidente nuclear, rações para animais de estimação e uma fonte de fornecimento de energia.

Estes conselhos servem para a guerra, mas também para outra crise qualquer...

Exatamente. Aliás, quando anunciou a atualização deste folheto, o ministro da Defesa Civil da Suécia não falou só em guerra, também lembrou que as alterações climáticas e os eventos meteorológicos extremos, como inundações e deslizamentos de terra, aumentaram os riscos para as famílias suecas.

Estes conselhos também já tinham chegado à Noruega?

Sim, os noruegueses já tinham recebido, este ano, na caixa do correio um folheto com conselhos para que se preparem para sobreviver durante uma semana em condições climáticas extremas, guerras ou outras ameaças. Foram enviadas mais de dois milhões de cópias, uma para cada domicílio.

E os finlandeses?

Sim, mas com diferenças. O governo de Helsínquia não imprimiu as orientações, fez antes uma versão digital, mais barata, e mais fácil de atualizar.

Afinal, a Finlândia - graças à longa fronteira com a Rússia e à experiência de guerra com a antiga União Soviética na II Guerra Mundial - sempre manteve um alto nível de defesa.

Na secção sobre conflitos militares, o guia finlandês explica como é que o Governo e o Presidente responderiam em caso de ataque armado, garantindo que as autoridades estão bem preparadas para a autodefesa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.