16 dez, 2024 • Fátima Casanova
O estudo visou avaliar as características nutricionais de diversos produtos alimentares visualmente apelativos para as crianças. Ao mesmo tempo, foram analisadas as alegações a partir dos rótulos.
Foram avaliadas seis categorias de alimentos para crianças: cereais de pequeno-almoço, barras de cereais, iogurtes e queijinhos aromatizados, bebidas lácteas aromatizadas, bolachas, biscoitos e bolos e ainda napolitanas e queques. Ao todo, 247 produtos.
A maioria dos produtos direcionados a crianças não cumpre os critérios estabelecidos pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
Aliás, quando avaliados, conjuntamente, os teores de açúcar e de sal, apenas a categoria de cereais de pequeno-almoço passou no teste.
Praticamente todos os alimentos avaliados tinham açúcar a mais, escaparam apenas os cereais de pequeno-almoço.
Em concreto, 97,6% dos produtos avaliados excediam, em muito, o valor de referência. Tinham cerca de duas a cinco vezes mais açúcar do que aquilo que é aconselhado.
Apesar da avaliação também ser negativa, não é tão má. Neste caso, cerca de 63% dos alimentos excediam o valor de referência.
Mas os abusos não se ficam pelo sal ou pelo açúcar. Mais de metade dos produtos avaliados continham teores de lípidos e de ácidos gordos saturados acima do recomendado.
Acresce o facto de perto de 90% dos alimentos avaliados não cumpriam os valores limite estabelecidos pela Direção-Geral da Saúde, para serem publicitados a menores de 16 anos.
Sim, nas embalagens até têm a presença de ícones, mascotes ou outros elementos apelativos para as crianças. Entretanto, segundo o INSA, 69% dos produtos incluíam alegações nutricionais e de saúde, assim como outras mensagens relacionadas a benefícios.
Segundo os investigadores, algumas das técnicas utilizadas podem criar uma perceção de que os alimentos são mais saudáveis ou que apresentam uma maior qualidade global.
O INSA defende uma regulamentação mais rígida relativa ao marketing e à rotulagem, aplicar uma taxa aos alimentos menos saudáveis, ou então dar incentivos às alternativas mais saudáveis, e, acima de tudo, apostar na educação alimentar.