24 mar, 2020
É preciso testar mais pessoas e deve haver mais investimento na compra de testes. A opinião é do comentador da Renascença João Taborda da Gamano espaço de debate que divide com Fernando Medina, nas "Três da Manhã".
"Comprar testes deveria ser a prioridade natural, assim como perceber como se vai administrar a muito mais gente doq ue está a ser, e definir a escolha inteligente de quem faz os testes. Nos Estados Unidos, a FDA [Food and Drug Administration] aligeirou o procedimento para que os testes nos 'drive-through' sejam mais rápidos e com segurança para os profissionais de saúde. É preciso testar mais pessoas. Dois mil por dia não me parece suficiente", explica.
Taborda da Gama recorda que os resultados dos testes podem guiar as decisões políticas em relação à saúde e economia: "Deve haver muito investimento nos testes, que é o que permite ter dados para tomar medidas na saúde e economia".
Fernando Medina garante que podem surgir mais centros de testagem na cidade. "Haverá mais em função do que for determinado. Nesta altura temos esses dois centros, que são privados, e várias instituições públicas também habilitadas".
O autarca de Lisboa diz que "há capacidade no país para fazer mais testes diários, caso assim seja determinado. Há uma encomenda massiva de kits de testes para ficar ao serviço do país".
Por agora, o critério de quem realiza os testes é simples, segundo Fernando Medina: "O critério é quem os médicos definirem que deve realizar. Uma pessoa assintomática que esteja numa fase muito prévia do desenvolvimento do vírus pode acusar um falso negativo, que é um risco na disseminação do vírus, porque a pessoa ganha um falso sentido de tranquilidade e relaxa nos comportamentos de afastamento social".
Orçamento de Estado é "obra de ficção científica"
A segunda-feira ficou ainda marcada pela aprovação do Orçamento de Estado para 2020. Taborda da Gama acredita que a continuidade de Mário Centeno na pasta das finanças é uma notícia positiva, mas o orçamento em questão é uma "utopia".
"O orçamento é uma utopia, é ficção científica. Já não vivemos a curto prazo, não vai ser executado. É preciso saber qual é o real, porque aquele não será de certeza. Nem é retificado, será um orçamento totalmente novo. Será bom que Centeno fique para provar que sabe gerir finanças públicas, essa continuidade parecem-me boas notícias", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa aprovou também a construção da linha circular do metro de Lisboa, que Fernando Medina saúda: "Fica resolvido, na minha opinião. O Presidente confirmou o entendimento e o projeto tem todas as condições para ser concluído o mais rápido possível. Espero que seja possível discutir as novas ampliações", remata.