15 mai, 2020 • João Carlos Malta (texto), Miguel Coelho (moderação do debate)
João Taborda da Gama pensa que do caso à volta da transferência do Estado de 850 milhões de euros para o Novo Banco resulta um ministro das Finanças muito fragilizado, num período de pandemia em que as contas públicas vão estar especialmente sob pressão.
“Centeno é posto a andar de forma pouco elegante na praça pública”, diz o comentador no espaço a Renascença que partilha com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
Taborda da Gama elegeu a “novela Centeno, Marcelo e Costa”, como o episódio que marca a semana que agora acaba. Para o comentador, fica evidente que o ministro das Finanças “está de saída”, “ou se não está, as coisas em políticas não são o que parecem”.
O lançamento do segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa por António Costa, numa visita esta semana à Autoeuropa, em Palmela, é sinalizada por Taborda da Gama como o assumir de que o atual presidente é o candidato do PS, até porque Marcelo tem uma taxa de aprovação superior à da putativa candidata do espetro socialista, Ana Gomes.
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João Taborda da Gama diz ainda que esta é uma altura especialmente complicada para o país em que o Ministério das Finanças vai ser muito necessário, e que este episódio irá por certo contribuir para o que vai acontecer doravante.
O autarca da capita, Fernando Medina, não tem dúvidas de que a crise política foi um tema marcante, mas preferiu eleger os primeiros resultados do desconfinamento como o facto mais importante que se passou nos últimos dias.
Reconhece que os valores conhecidos ainda não são resultados “sólidos”, mas são “positivos”. E que apesar do receio de uma explosão de casos que existia depois de ser decretado o desconfinamento pós-quarentena, o mesmo até ver não se confirmou. “Fizémo-lo sem aumento de casos”, defende.
Fome na cultura
Em entrevista à Renascença, o ator Nuno Lopes fala de um cenário de fome no setor artístico, que resulta da crise económica e social que a Covid-19 está a provocar. Um alerta que deixa preocupados os comentadores, mas Taborda da Gama entende que o setor dos artistas “foi fustigado, mas não foi esquecido”, e que a nível municipal, por exemplo, a opção foi a de não cancelar eventos já agendados, mas adiá-los.
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Taborda da Gama afirma que os artistas que conhece lhe dizem “que isto tem de ser a oportunidade para reformular a burocracia no apoio às artes”.
Já Medina cataloga as artes como uma área fundamental para o desenvolvimento das cidades, e garante que foram colocados um conjunto importante de instrumentos em em marcha para que os apoios cheguem as pessoas.