04 dez, 2015
Pedro Santana Lopes assegura que a estrutura preparada para receber os milhares de refugiados definidos na redistribuição europeia vai continuar a preparar o acolhimento dos migrantes. O comentador responde ao cenário actual de espera pela chegada de migrantes. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras já reconheceu que poucos migrantes manifestam preferência por Portugal no quadro da recolocação na União Europeia. Portugal aguarda a chegada de apenas 50 dos mais de 4.700 refugiados que iria receber no âmbito do plano acordado nos 28.
O antigo primeiro-ministro fala no peso de "lideranças que vão surgindo nestes movimentos dramáticos e trágicos" que vão fazendo pressão em relação aos destinos dos refugiados. " São fenómenos que estão a ser acompanhados e merecem acompanhamento profundo", acrescenta Santana Lopes que descreve a situação como "complexa e de certa maneira insólita".
O antigo comissário europeu, António Vitorino, assinala que a Alemanha é o grande factor de atracção destes refugiados. Portugal surge como um país desconhecido ou com fracas condições de emprego, acrescenta.
Convergência com a Turquia
Os comentadores sublinham, ainda, o bom entendimento expresso nos resultados da cimeira União Europeia-Turquia, realizada no último domingo em Bruxelas. A Turquia vai receber compensações para ajudar a conter o fluxo de refugiados que ali chegam, vindos da Síria e do Iraque. Em troca Bruxelas promete apresentar em quinze dias um plano para reinstalar os refugiados que estão na Turquia. O acordo implica a reabertura da negociação sobre os vistos de entrada de turcos na Europa e o retomar das negociações de adesão à União Europeia. Santana Lopes anota a convergência na generalidade dos assuntos discutidos entre ambas as partes.
Conferência do Clima já está a ser "frutífera"
O caminho é difícil, mas a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas está a ser positiva até ao momento. É a avaliação do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que sublinha o trabalho preparatório que permitiu a apresentação de diversas iniciativas privadas a favor do ambiente na reunião de Paris.
A conferência está a ser frutífera e demonstra empenho político", considera Santana Lopes. O antigo primeiro-ministro mantém algum optimismo em relação ao desfecho da conferência e insiste nos exemplos de iniciativas que à margem da negociação do texto principal vão mostrando contributos positivos.
Já António Vitorino considera que as declarações iniciais dos chefes de Estado e de Governo foram encorajadoras e admite que o processo negocial em curso traga naturais avanços e recuos.