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Fora da Caixa
António Vitorino e Pedro Santana Lopes debatem a actualidade europeia. Quarta às 19h
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Santana Lopes. Conferência do Clima já está a ser "frutífera"

05 dez, 2015 • José Pedro Frazão


O tempo das declarações dos chefes de Estado já passou e agora os delegados de 192 países negoceiam o que pode vir a ser o Acordo de Paris de combate às alterações climáticas. Santana Lopes detecta sinais positivos da vontade dos sectores privados em avançar na defesa do planeta.

Santana Lopes. Conferência do Clima já está a ser "frutífera"
Santana Lopes. Conferência do Clima já está a ser "frutífera"

O caminho é difícil, mas a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas está a ser positiva até ao momento. É a avaliação do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que sublinha o trabalho preparatório que permitiu a apresentação de diversas iniciativas privadas a favor do ambiente na reunião de Paris.

"Independentemente da grande questão de fundo, do nível de compromisso na redução das emissões, há uma variedade de propostas e de iniciativas sobre o carbono, as energias limpas, ajuda aos países mais pobres. Há muitas propostas de fundações, de empresas privadas, de países vários, para a criação de várias frentes de trabalho para a protecção do ambiente, dos recursos naturais, da água. A conferência está a ser frutífera e demonstra empenho político", considera Santana Lopes no programa "Fora da Caixa" da Renascença, emitido na sexta-feira, ainda antes de ser conhecido um rascunho do Acordo de Paris.

O antigo primeiro-ministro mantém algum optimismo em relação ao desfecho da conferência e insiste nos exemplos de iniciativas que à margem da negociação do texto principal vão mostrando contributos positivos.

"O empenho muito intenso numa via de reflorestação do planeta é interessante para o restabelecimento do equilíbrio. É um exemplo de uma ideia interessante numa conferência que está a ser frutífera até agora", acentua Santana Lopes no debate semanal de temas europeus na Renascença.

Já António Vitorino considera que as declarações iniciais dos chefes de Estado e de Governo foram encorajadoras e admite que o processo negocial em curso traga naturais avanços e recuos.

"A questão é saber que espécie de texto é apresentado no dia 11 de Dezembro. Se esse texto é suficientemente consensual – imagine o que é consensualizar um texto com 192 países – ou se haverá ainda pontos que exijam por exemplo que os chefes de Estado e de Governo voltem a Paris para fechar um acordo através das negociações que só se podem ter ao mais alto nível", remata o antigo comissário europeu no programa "Fora da Caixa".

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