27 mar, 2018
Um país "expulsou mas não comentou" (os EUA) e outro país, Portugal, "comenta mas não expulsa" foi assim que João Taborda da Gama resumiu a decisão do Governo de não expulsar diplomatas russos do país.
Para o professor universitário, a decisão "gera dúvidas" na medida em que o Executivo "não seguiu o aliado tradicional, o Reino Unido" e o Ministério dos Negócios Estrangeiros deve explicar porque é que "não quis acompanhar o ato simbólico".
No espaço de debate no programa Carla Rocha - Manhã da Renascença, que esta terça-feira, excecionalmente, não contou com o o eurodeputado Francisco Assis, João Taborda da Gama rejeita que o motivo da não expulsão dos diplomatas russos tenha alguma coisa a ver com os parceiros de governo.
"Não me me parece que o Governo esteja refém de uma esquerda soviética ou putinista", considera.
João Taborda da Gama também falou do valor histórico do défice de 2017, abaixo de 1% (sem contabilizar a injecção de capital na CGD). "Clubismos à parte", o trabalho "estrondoso e histórico que o anterior Governo fez e que este governo tem continuado" é muito importante para Portugal.
Sobre as acusações da esquerda que apontam ao Governo o facto de ir além das exigências de Bruxelas, Taborda da Gama reconhece que "nem a troika ousava sonhar com um défice destes" e o valor do défice até "faz a troika parecer uma coisa de meninos".
Para o professor universitário, "a esquerda foi metida numa armadilha" porque "está a sancionar os orçamentos" com "consequências mais severas para os portugueses, através das cativações".
O facto de os números "baterem certo" está a obrigar a esquerda a "fazer algumas cambalhotas" para explicar aos portugueses que está, efectivamente, a combater as medidas de austeridade impostas.