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Francisco Assis-João Taborda da Gama
Um eurodeputado e um professor universitário (especialista em direito fiscal) a viver em Lisboa olham para os principais temas da atualidade. Às terças e quintas, às 9h15
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Debate Francisco Assis e João Taborda da Gama - 30/10/2018

Taborda da Gama

"A ideia de combater o crime armando os cidadãos é uma completa idiotia"

30 out, 2018


A primeira medida anunciada pelo Presidente eleito do Brasil e a saída de cena de Angela Merkel são o mote do debate desta terça-feira.

“A ideia de combater o crime com mais armas e armando os cidadãos é uma completa idiotia. Não há nenhum estudo empírico que demonstre que isso resulta a não ser uma análise mais larvar e instintiva num inquérito de rua. Mas não passa em qualquer teste de bom senso nem qualquer teste científico”, diz João Taborda da Gama.

Na sua primeira entrevista, Jair Bolsonaro defendeu a liberalização das armas e disse que quer que a medida entre em vigor ainda este ano – ou seja, antes de tomar posse.

Na opinião de Francisco Assis, esta e outras medidas do novo Presidente brasileiro vão, “passado muito pouco tempo, suscitar uma tal resistência na sociedade brasileira, que vai ser uma fonte de conflitos sociais e políticos permanentes no Brasil nos próximos anos”.

No caso das armas, “há uma certa demissão do papel do Estado e uma transferência para os próprios cidadãos. Isto vai gerar uma situação de completo caos no Brasil”, acrescenta o eurodeputado socialista.

João Taborda da Gama acrescenta que Bolsonaro deveria olhar para o exemplo da Colômbia e defende que, em vez de querer colocar os menores criminosos na cadeia, deveria “discutir a educação dessas crianças”.

No que toca à saída de Angela Merkel da liderança da CDU e, em 2021, da cena política, Francisco Assis considera que poderá abrir um flanco à direita e “espaço para alguma interrogação sobre o futuro do comportamento” do partido.

O eurodeputado destaca, contudo, o papel que a líder alemã teve “nos últimos 10/12 anos” – foi “uma peça muito importante no processo europeu e a sua saída a prazo é uma perda”.

“Ela foi um fator de equilíbrio na vida política europeia nos últimos anos” e “um exemplo de sabedoria e sensatez”, acrescenta, ressalvando que não partilha “integralmente do ponto de vista das suas orientações políticas”. nos últimos 10/12 anos, uma peça muito importante no processo europeu e que a sua saída a prazo é uma perda e abre esse espaço para alguma interrogação sobre qual será o futuro do comportamento da
Comentários
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  • José Cruz Pinto
    31 out, 2018 Ílhavo 10:29
    E o etc. de há pouco (que já não coube no comentário) poderia ou poderá incluir a esterilização de pobres, a imposição de uma ditadura militar (declarada ou disfarçada), a morte rápida dos opositores como alternativa mais económica à tortura, etc., etc..
  • José Cruz Pinto
    31 out, 2018 Ílhavo 10:21
    Pois sim. É, de facto uma completa idiotia, mas o idiota continua por muitos a ser simplesmente considerado o "Presidente eleito". Sendo um facto que o é - (infeliz, mas) indiscutivelmente -, é espantoso que o segundo facto tenda a apagar o primeiro, nos comentários e expectativas de tantos dos nossos políticos e, em especial, dos comentadores. Que, para evitar piores males, se aborde a questão "com pinças" (momentânea mas propositadamente ausentes neste comentário) é uma coisa, esconder ou deturpar a realidade já é outra. Se e quando os brasileiros e a comunidade portuguesa se virem debaixo de um mais que expectável "fogo de artifício" (mas com balas - tanto perdidas como dirigidas), que dirão os eleitores brasileiros - o que, em boa verdade, será lá com eles - e os políticos e comentadores portugueses ? Diz "NERO" (um homónimo do que indendiou Roma enquanto tocava lira) que o problema é o "fluxo esquerdóide", mas o problema real é a "inconsciência e complacência fascistóide" que assalta praticamente todos os continentes. Ao pé delas, a idiotia e iniquidade esquerdóide de algumas paragens, não passando despercebidas, assumem-se como praticamente residuais. Mesmo assim, um dos "génios" da actualidade deixou há tempos escapar o desejo de ver o Kim-Jon-Un como candidato ao Nobel da Paz. Não me admiraria que o próximo candidato proposto viesse a ser o Bolsonaro - não sei se antes ou depois de iniciado o "fogo de artifício", fechados vários jornais e canais de televisão, etc.
  • Nero
    30 out, 2018 lisboa 21:20
    Para já desconhece-se a realidade Brasileira e as formas de atribuição armas. É necessário uma serie de requesitos e é essencialmente para detenção armas no domicilio ,estando as casas armadas devidamente assinaladas.O mainstream português ainda não percebeu que está com argumentos inadequados e desconhece realidade BRASILEIRA raciocina com fluxo dominante esquerdoide e isso desapareceu para já no BRASIL.Por exemplo a divida que alegadamente A TV GLOBO detem e a sua atitude anti BOLSONARO vai ser tragédia,pois divida vai ser cobrada, o desaparecimento da manutenção de subsidiar alegadamente uma cultura de esquerda no País e fora porá os comunistas e esquerdas em perda susidiária.