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Francisco Assis-João Taborda da Gama
Um eurodeputado e um professor universitário (especialista em direito fiscal) a viver em Lisboa olham para os principais temas da atualidade. Às terças e quintas, às 9h15
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Debate Francisco Assis e João Taborda da Gama - 29/11/2018

F. Assis

"O PSD está de facto numa situação deplorável"

29 nov, 2018


Francisco Assis e João Taborda da Gama analisam a entrevista do social-democrata Castro Almeida, à Renascença e ao Público, e a aprovação de novas vacinas pelo Parlamento, à revelia da DGS.

O eurodeputado Francisco Assis considera que o diagnóstico feito pelo vice-presidente do PSD ao partido “é absolutamente correto”.

“É feito por um homem inteligente e sensato”, acrescenta, considerando que “o PSD está numa situação deplorável e insustentável”.

Francisco Assis lembra que “o PSD tem a incumbência de se constituir numa alternativa de poder em Portugal”, mas que está a perder credibilidade. Ainda por cima, numa altura em que “surgiu um novo partido à direita, de Pedro Santana Lopes, e o CDS tem tido uma presença aguerrida na disputa política nacional”.

Assim sendo, o aviso de Manuel Castro Almeida “é oportuno” e Rui Rio “tem até janeiro ou fevereiro para se afirmar e para resolver este problema”, sentencia o eurodeputado socialista.

João Taborda da Gama tem a mesma opinião e lembra que, “quando Rui Rio foi eleito, sabia-se que iria ter dificuldade em controlar o partido – quer as estruturas quer o grupo parlamentar”. E “as coisas não estão a correr bem em nenhum desses planos”.

A aprovação, pelo Parlamento, da inclusão de três vacinas no Programa Nacional de Vacinação sem consulta à Direção-geral da Saúde e para surpresa da ministra foi o outro tema em análise, com os dois comentadores a criticarem a atitude dos deputados.

“Evidente que é um ato de pura demagogia”, diz Francisco Assis, para quem “nesta circunstância, aconselharia o mais elementar bom senso que o Parlamento não legislasse na base do desconhecimento”.

“O Parlamento legislou mal, na base do profundo desconhecimento e por uma única razão: por um impulso demagógico”, conclui o eurodeputado.

João Taborda da Gama diz que é preciso saber o que aconteceu, “perceber o que foi conversado entre os grupos parlamentares e o Ministério da Saúde”, mas uma coisa é certa: numa altura em que se vive “uma discussão pouco científica sobre vacinação com as pessoas contra as vacinas, o facto de o Parlamento ter aprovado algo que impõe mais vacinas mas ao arrepio da comunidade científica tem o perigo de ir consolidar mitos naqueles que sejam antivacinas”.

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