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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Votação crucial na Catalunha

25 set, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O extremar de posições arrisca-se a provocar a maior crise constitucional da história do Estado espanhol, que é um Estado multinacional. Seria mau para Portugal e nada bom para a União Europeia.

Depois da Grécia e antes de Portugal, a Catalunha vai a votos no próximo domingo. Não será formalmente um referendo sobre a eventual independência catalã, algo que a Constituição espanhola não permite. Trata-se de eleições autonómicas, antecipadas, que os partidos pró-independência - se obtiverem a maioria - se propõem aproveitar para lançar, em força, o seu projecto independentista.

O risco maior está na possibilidade de quebra total do diálogo entre as autoridades da Catalunha e o governo central do Estado espanhol, em Madrid. O extremar de posições arrisca-se a provocar a maior crise constitucional da história do Estado espanhol, que é um Estado multinacional. Seria mau para Portugal e nada bom para a União Europeia.

Se for evitado um rompimento radical entre Barcelona e Madrid, talvez seja possível que o governo espanhol que emergir das eleições gerais em Novembro e os políticos da Catalunha acabem por se entender em 2016 sobre qualquer coisa do tipo Estado federal em Espanha (como o alemão, por exemplo), que afaste de vez a ameaça independentista. Oxalá.

Comentários
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  • Zico
    25 set, 2015 Braga 13:16
    Cada vez mais o nosso Mundo, o nosso Planeta é uma ALDEIA GLOBAL. Por isso mesmo penso que independências de países minúsculos não fazem sentido, ou então qualquer dia aparece uma Freguesia, quiçá mesmo um bairro a pedir a independência. Viva a ESPANHA, grande e belo país, UNA E INDIVISÍVEL.
  • José Gonçalves
    25 set, 2015 Lisboa 13:15
    Oxalá, a Catalunha ganhe coragem e vote pela independência. De Castela, nem bons ventos nem bons casamentos, já dizia o ditado popular. A divisão de Espanha a longo prazo, só beneficia Portugal. É mais fácil contrariar os tiques autoritários de Espanha, se esta ficar fragmentada. Oxalá, declarem a independência!
  • Jacinto
    25 set, 2015 Sa 12:22
    Nao entendo este posicao do Francisco Sarsfield Cabral. Porque e que isto e mau para Portugal ou EU: E o mesmo argumento da Escocia. Eu morei na Escocia 3 anos e vou a Catalunha 2 vezes por ano. Entendo bem o porque da idea separatista e vejo bem quanto e que ia ganhar com isso. Acima de tudo e entender que são pessoas diferentes com uma atitude sobre trabalho desenvolvimento e progresso completamente antagónicas. Não entendo como se pode dar uma opinião sem dados concretos e sem qualquer fundamento. Infelizmente isso e isso de que sofre países como Portugal e espanha
  • matilde
    25 set, 2015 Vila Real 12:11
    É só amigos do estado espanhol...
  • Anísio Carvalho
    25 set, 2015 Amarante 12:04
    A força da pulsão centralista é tal em tanto cérebro que até o cromo do Sarsfield Cabral, que se diz portuense e portista, anda aflito. Mas em boa verdade entende-se: são muitos anos (já 80? quase 90?) a mamar em múltiplas tetas pela capital.
  • rfm
    25 set, 2015 Coimbra 11:52
    ... tanto medo, tanto temor, se não existissem as questões independentistas e forte capacidade das Regiões de Espanha, os Espanhóis teriam levado a mesma dose que nós levamos em 2011, 2012, 2013/2014 ...de troika com péssimos resultados para os cidadãos e confianças das/nas instituições, os Espanhóis, mantém, graças ao equilíbrio de formas e capacidade de cidadania (onde reis lá, são mais avançados que presidentes cá) os Espanhóis não tiveram nem por perto os cortes e expropriação de direitos de cá, até um Rei abdicou, Porque é mais frontal, de cidadania dinâmica e na diferença, o poder é obrigado a respeitar mais as pessoas, os seus direitos, o seu trabalho, a sua cultura, fora da mesquinhez que nos é imposta por uma elite hipócrita e déspota lusitana.