28 out, 2015
Em entrevista à CNN, no domingo, o antigo primeiro britânico Tony Blair reconheceu responsabilidades suas na invasão do Iraque, conduzida pelos americanos. Não contrariou a ideia de que a emergência do “Estado Islâmico” tem algo a ver com o derrube de Saddam Hussein (uma consequência não prevista da invasão) e pediu desculpa pelos erros cometidos no planeamento da guerra do Iraque, como a informação (errada) de que Saddam teria armas de destruição maciça.
Blair conquistou duas maiorias absolutas para o partido trabalhista, coisa que não voltará a acontecer tão cedo. Mas a sua imagem ficou manchada pelo papel que desempenhou na preparação e condução da invasão do Iraque, apoiando Gorge W. Bush.
Vários comentadores relacionam estas “desculpas” de Blair com o facto de dentro de semanas serem tornadas públicas as conclusões de uma comissão parlamentar, onde surgirão acusações que ele procura antecipar, desculpando-se parcialmente.
Mas é curioso que os defensores da invasão do Iraque, incluindo em Portugal, pouco ou nada hajam reconhecido os erros que na altura aplaudiram.