Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

A UE e a Turquia: “realpolitik"

01 dez, 2015 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A UE precisa desesperadamente da cooperação turca para travar a onda de refugiados.

Durante anos, a perspectiva de aderir à UE levou a Turquia a tomar medidas no sentido do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades. Reforçou-se então a possibilidade de um país de maioria muçulmana se tornar democrático. Mas, depois, a UE praticamente fechou a porta aos turcos.

Entretanto, e em parte por causa da frieza europeia, o primeiro-ministro turco Erdogan, agora presidente da República, inverteu a tendência democratizadora e pró-europeia. Na Turquia, a liberdade de expressão foi progressivamente limitada, a independência do poder judicial tornou-se uma ficção e o Estado, outrora laico, islamiza-se cada vez mais.

Ora, no passado domingo a UE entreabriu a porta a retomar negociações com vista à adesão da Turquia, além de dar aos turcos três mil milhões de euros para eles reterem os refugiados no seu território. A UE precisa desesperadamente da cooperação turca para travar a onda de refugiados. E, com a Rússia a impor-lhe sanções económicas por causa do jacto abatido, a Turquia precisa de se reaproximar da Europa comunitária. É a “realpolik”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António Costa
    01 dez, 2015 Cacém 14:27
    "inverteu a tendência democratizadora e pró-europeia"? A tendência pró-europeia foi imposta pela força, por Mustafa Kemal Atatürk nos idos anos 20, do século passado! A Base, os Princípios Turcos são islâmicos! O "controle" das mesquitas foi colocado por Kemal Atatürk nas "mãos" do estado. Os imãs das mesquitas eram funcionários do estado e limitavam-se a ler instruções do governo! Só com o fim da ditadura militar, os imãs puderam finalmente, ser independentes do estado! E evidentemente, a sociedade, começou a islamizar-se de novo! O Islão não prevê que o Califa seja eleito em eleições livres, pois não? O Islão é um conjunto de "regras" de "Direito Divino"! Não é como o Cristianismo, em que as Leis do dia-a-dia são da responsabilidade de "César"! O Islão "Laico" não faz sentido! Se não se seguem as Regras islâmicas não se é Muçulmano! Mas qual Democracia? Ainda não perceberam porque é que as "Primaveras Árabes" falharam TODAS, pois não?