Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

Democracia em Israel

04 jan, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A justiça israelita investiga o primeiro-ministro porque Israel é um Estado de direito.

O primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, foi interrogado três horas pela polícia, no quadro de um inquérito sobre corrupção. Um seu antecessor, Ehud Olmert, demitiu-se em 2009 por causa de um escândalo de corrupção e está agora na cadeia a cumprir pena.

Isto lança uma sombra negativa sobre Israel? Claro que não se trata de assuntos agradáveis (contra Netanyahu não há culpa formada, apenas suspeitas). Mas estes casos provam que em Israel o Estado de direito funciona.

Recorde-se que, em Portugal, Sócrates esteve em prisão preventiva mas apenas depois de ser primeiro-ministro. E Vale e Azevedo só foi preso após sair de presidente do Benfica.

Tenho fortes objecções à política de Netanyahu em relação aos palestinianos. E também quanto ao tratamento que o Estado israelita dá aos árabes que são cidadãos do país. Mas em Israel a democracia, embora imperfeita, é uma realidade e não poupa os poderosos. O que não acontece na esmagadora maioria dos seus adversários muçulmanos, algo que faz a diferença, mas que nem sempre é tido em conta.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Eduarda Andrade
    07 jan, 2017 Covilhã 11:31
    Quem lê Frederico Lourenço só pode perguntar: como é possível haver esta tensão permanente entre israelitas, palestinianos e árabes se todos eles advêm de Abraão?
  • Vasco
    04 jan, 2017 Santarém 21:27
    Os que agora vêm para aqui defender os palestinianos será que os condenaram e aos seus parceiros aquando da guerra dos 6 dias contra Israel com a única intenção de aniquilar aquele país de vez? Se Israel ao sair vencedor da batalha tivesse ocupado todo o território que certamente ficou sob o seu poder na altura teriam hoje muitíssimo mais território, hoje certamente não terão razões para confiar em terroristas que por seu lado se recusam a reconhecer Israel como nação, mas quanto ao caso em concreto da justiça certamente que nos poderão dar um bom exemplo enquanto os nossos políticos por cá se refugiam na imunidade.
  • MASQUEGRACINHA
    04 jan, 2017 TERRADOMEIO 18:08
    Embora a minha pessoal simpatia sempre se tenha inclinado muito mais para israelitas do que para palestinianos, algo de muitíssimo errado se passa por aquelas bandas. O problema, ao que me parece, é insolúvel: ao aceitar-se um estado Palestino, não haverá maneira de impedir a respetiva diáspora de regressar ao seu país, com as evidentes consequências sobre um território que já é (tanto quanto sei) dos mais (talvez o mais) densamente povoados do mundo. Por outro lado, parece-me de todo inconcebível que se continuem a construir colonatos, em regime de facto consumado, em território alheio, numa espécie de reedição da luta por "espaço vital", normal nos tempos antigos, tristemente célebre na recente ideologia nazi. Israel já provou, e bem, a sua valentia e superioridade militar. Sendo uma democracia, também é culturalmente superior (os relativismos politicamente corretos são outra conversa, e fiada). Por interesses geopolíticos e razões históricas de má consciência das nações de tipo ocidental, tem sido largamente financiado e apoiado. Mas a questão dos colonatos já consubstancia um evidente abuso da força e das costas quentes, que a atitude arrogante de Netanyahu só vem confirmar. Quanto a este, creio que já tinha estado metido num caso triste, de escravização de uma empregada doméstica. Como disse, o caso parece-me insolúvel. Talvez os infelizes palestinianos tenham o que merecem. Mas de certeza que Israel merece melhor do que aquilo em que está a tornar-se. a
  • João Campos Cabral
    04 jan, 2017 Cascais 17:40
    Caro Miguel Botelho, "Mas em Israel a democracia, embora imperfeita, é uma realidade e não poupa os poderosos. O que não acontece na esmagadora maioria dos seus adversários muçulmanos" Parece-me bastante claro !
  • JC
    04 jan, 2017 LISBOA 16:59
    Democracia onde existem cidadãos de primeira e de segunda, onde alguns não têm direito à sua identidade e são escorraçados das suas terras , não obrigada.Quem já atravessou o muro que encurrala os palestinianos num gueto dificilmente consegue compreender aquela democracia.
  • João Galhardo
    04 jan, 2017 Lisboa 13:41
    Ao amigo José (que não conhece o caso de Hebron), um soldado assassina um palestiniano a sangue frio e é considerado um herói, em vez de ser julgado e preso. Na verdade, nesta história dos colunatos e das terras roubadas aos palestinianos, os terroristas são os outros. Quem executa quem e usa até crianças como escudos humanos?
  • José
    04 jan, 2017 Oeiras 10:52
    Diga-me sr. Miguel, porque matou o palestiniano? Quantos judeus são mortos pelos fundamentalistas palestinianos? O mal é haver quem afague as costas dos terroristas!
  • Miguel Botelho
    04 jan, 2017 Lisboa 08:48
    Se o estado de direito funciona em Israel, porque concede uma amnistia aos soldados do IDF que matam impunemente palestinianos nas ruas? É o que está a acontecer neste momento ao soldado que matou um palestiniano em Hebron. Este soldado assassino é visto como um herói em Israel. O próprio governo israelita já veio dizer que se o soldado for condenado obterá perdão logo a seguir. Será isto uma prova que o estado de direito funciona em Israel?