07 fev, 2017
Trump não se preocupa muito com a política externa, o que é estranho no Presidente da única superpotência mundial. Mas tem algumas inclinações.
“America first” é o seu lema. Outra tendência é desvalorizar as organizações multilaterais, como a ONU, a NATO ou a Organização Mundial de Comércio. Prefere acordos negociados Estado a Estado, plano em que o parceiro mais poderoso, como serão em regra os EUA, prevalece sobre a outra parte.
Esta não é uma posição nova. Já muitos se esqueceram dos chamados neoconservadores, intelectuais que há quinze anos influenciaram George W. Bush.
Ora, convém lembrar que eles já defendiam o princípio “America first”, embora sem este nome, desprezando o direito internacional e as organizações multilaterais, incluindo a NATO.
Talvez levados por uma eufórica sensação de superioridade e poderio mundial dos EUA, uma vez derrotado o comunismo, os “neocons” apenas apreciavam coligações “ad hoc”, para fins concretos e com quem quisesse alinhar com Washington (coalitions of the willing).
Neste terreno cultural nasceu a desastrosa invasão do Iraque e, agora, a lamentável política externa de Donald Trump, incluindo o proteccionismo comercial.