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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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As raízes do “America first"

07 fev, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Os neoconservadores, influentes com George W. Bush, criaram o ambiente cultural para Trump

Trump não se preocupa muito com a política externa, o que é estranho no Presidente da única superpotência mundial. Mas tem algumas inclinações.

“America first” é o seu lema. Outra tendência é desvalorizar as organizações multilaterais, como a ONU, a NATO ou a Organização Mundial de Comércio. Prefere acordos negociados Estado a Estado, plano em que o parceiro mais poderoso, como serão em regra os EUA, prevalece sobre a outra parte.

Esta não é uma posição nova. Já muitos se esqueceram dos chamados neoconservadores, intelectuais que há quinze anos influenciaram George W. Bush.

Ora, convém lembrar que eles já defendiam o princípio “America first”, embora sem este nome, desprezando o direito internacional e as organizações multilaterais, incluindo a NATO.

Talvez levados por uma eufórica sensação de superioridade e poderio mundial dos EUA, uma vez derrotado o comunismo, os “neocons” apenas apreciavam coligações “ad hoc”, para fins concretos e com quem quisesse alinhar com Washington (coalitions of the willing).

Neste terreno cultural nasceu a desastrosa invasão do Iraque e, agora, a lamentável política externa de Donald Trump, incluindo o proteccionismo comercial.

Comentários
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  • João Galhardo
    08 fev, 2017 Lisboa 09:21
    É muito fácil culpar o centro esquerda e a esquerda pelo que vai mal no Mundo. Porém, as políticas seguidas pelos democratas e republicanos dos Estados Unidos da América foram sempre de direita. Até o «Obamacare» foi um projecto que Obama foi buscar ao candidato republicano Mitt Romney. Na Europa, as políticas também têm sido de direita. Veja-se o caso de Françoise Hollande que diz ser socialista, mas que conduziu uma política no Eliseu de direita radical, com os seus parceiros Laurent Fabius e o general Benoît Puga. Quando é assim, os eleitores preferem escolher o verdadeiro candidato da direita radical: Marine Le Pen.
  • 08 fev, 2017 04:37
    Nota muito oportuna, que atinge em cheio os nossos "Neoconservadores" acantonados no "Observador".
  • Atento
    07 fev, 2017 Evora 21:25
    Trump é produto do medo e da miséria, que infelizmente são bem reais. Mais ainda na Europa. Em França o terrorismo islâmico é quotidiano, apenas os media deixaram de falar dele. Mas os franceses sabem, o que descredibiliza os media e colocará Le Pen no poder. O centro-esquerda e a esquerda tornaram a política uma palhaçada, o resultado é a eleição de palhaços. Qual é a surpresa?
  • fred
    07 fev, 2017 ny 20:29
    As imprecisões históricas deste comentário são tantas que nem saberia por onde comecar.... ainda assim alguém foi pago para o verbar em cima do joelho.... tudo bem.... a RR é livre de gastar o que é seu pagando qualquer trabalho... mesmo o mau e preguiçoso trabalho.
  • Horacio
    07 fev, 2017 Lisboa 18:13
    O problema não é o conceito de América first ..todo país deve por os seus interesses e da sua população em primeiro lugar . O problema é que o Trump não tem capacidade de entender problemas complexos . Ele já demostrou isso nos negócios perdendo 1 bilião de dólares em um ano (motivo pelo qual ele não paga impostos a anos. Ainda anda a descontar esse prejuízo). Mas é na política como presidente que as suas deficiências ficam mais claras . Ele não quer entender o histórico político ou os conflitos e complexidades dos problemas . E por isso que fala sem pensar na maioria das vezes .e acaba por criar inimigos onde não existiam. Isto só é novidade para quem não o conhece ou acompanhou as sua peripécias em nova York ao longo de vários anos . o verdadeiro Trump é um elitista que quer cada vez mais dinheiro poder e prestígio .sao as únicas coisas que importam para ele .se for preciso bajular os ultra direita ,os grupos de racistas ,os anti governo e os inconformados por terem sido passados por a automatização .ele o faz. Tudo é qualquer coisa para conseguir os objetivos. Por exemplo a quem diga a goldman foi a maior culpado por a recessão mundial de 2008 que levou as economias do planeta à beira do abismo. No entanto Trump escolheu 7 pessoas dessa empresa para o seu governo .e colocou o genro também da goldman com seu assessor .apesar de ter feito campanha contra wall street para inglês ver .ele abraçou wall street quando compôs o governo. O governo Trump vai ser conturbado é fraco
  • Miguel Botelho
    07 fev, 2017 Lisboa 08:26
    A julgar que a principal raiz do «America First» era o sistema capitalista que o senhor tanto defende e que resultou em pobreza e miséria nos Estados Unidos da América. Não se esqueça que no terreno cultural, democratas e republicanos defenderam a guerra no Iraque. Obama saiu da presidência com sete cenários de guerra montados: Iémen, Somália, Afeganistão, Síria, Iraque, Líbia e Paquistão. As medidas de proteccionismo elaboradas pela administração Obama (e não Trump) afectam estes países que os americanos bombardeiam com drones e aviões de guerra. Países como Arábia Saudita (que financia o terrorismo), Qatar e Bahrain não foram afectados pelas medidas de proteccionismo. É estranho, não é?