Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​Espanha e a independência da Escócia

15 mar, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O governo de Madrid opor-se-á a entrada na UE de uma Escócia independente.

A chefe do governo autónomo da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou ser sua intenção promover um novo referendo sobre a independência em fins de 2018, princípios de 2019. Em Setembro de 2014 realizou-se um referendo, tendo 55% dos votantes optado pela permanência no Reino Unido.

Só que, entretanto, também em referendo, os britânicos deram luz verde ao brexit. Ora nesse referendo a maioria dos escoceses (62%) votou pela permanência na UE. Daí um novo referendo sobre a independência da Escócia, com o objectivo de ficar na UE.

Só que, como era previsível, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha veio afirmar que Madrid se oporá a que uma Escócia independente entre para a UE. Para evitar um precedente que viesse a ser utilizado pela Catalunha, claro. Por isso, também, a Espanha é um dos poucos países europeus que não reconheceu a independência do Kosovo, antes integrado na Sérvia.

Tendo a Câmara dos Comuns dado luz verde ao governo de Theresa May para abrir o processo de saída da UE (sem atender às recomendações feitas pela Câmara dos Lordes), o governo da Escócia poderá agitar a possibilidade de independência. Mas o mais provável é tentar aumentar o seu presente grau de autonomia em relação a Londres, que já é apreciável.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Vasco
    15 mar, 2017 Santarém 21:43
    Claro que em Madrid e não só ainda se vive no tempo do colonialismo e no caso deles pior ainda do que o colonialismo com a teimosia de manter pela força povos de igual grau de evolução.
  • MASQUEGRACINHA
    15 mar, 2017 TERRADOMEIO 19:20
    E tudo por grosso, deve-se a quê? Ao simples e cru facto de a UE não ter cumprido os seus desígnios e expetativas, sendo que nem a paz é certa!, de se ter transformado num ninho de burocratas, megalómanos, corruptos e lobistas "patriotas", gente tão sinceramente estúpida que nem sabe que o é, acomodada até ao sonambulismo, sem estratégia, sem sequer capacidade de reação atempada, irresponsável e sempre inimputável. Um bando de falhados de sucesso, eis quem acaba a governar-nos. É daí, e de mais lado nenhum, que vem a frustração dos povos que aceitaram a integração europeia que agora rejeitam. Acho que é tarde de mais, a desagregação é imparável: já ninguém acredita em solidariedades, e papas e bolos que tais, nem sequer a Alemanha que, estando melhor do que nunca esteve, não abdica dos seus traumas económicos nem das suas celulites excedentárias. Os iluminados da UE falharam: vamos pois para as duas velocidades sem hipocrisias, macacos e gorilas cada qual no seu galho, euro forte e euro fraco, será que poderemos vir a ter uns arremedos de capacidade cambial? E a dívida, toca a continuar a sangrar o PIB para honrar os juros? E guerra, vai haver ou não? Ao que chegámos! Quanto à Catalunha, talvez haja ainda outro problema: acho que, se independentes, não se contentariam com o território catalão espanhol. Passariam a reivindicar outras áreas limítrofes, francesas, com base em argumentos históricos e linguísticos... áreas assaz grandes, e onde a pertença catalã é bem evidente.
  • P.R.
    15 mar, 2017 Olivença 15:13
    Catalunha independente já!
  • António Costa
    15 mar, 2017 Cacém 07:59
    Na Europa, as nações "forjaram" alianças que deram origem aos atuais estados europeus. São exemplos o Reino Unido, a Espanha (Portugal por pouco que também não foi "engolido") ou a aliança Rússia/Ucrânia (núcleo do "Império Russo") que terminou à apenas 3 anos. Estamos a assistir a uma "crise" de "fim de ciclo".