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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Angola: mais do mesmo?

22 ago, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


As eleições angolanas não devem trazer mudanças significativas.

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Amanhã, quarta-feira, há eleições gerais em Angola. Serão eleitos os deputados e, também, automaticamente o próximo Presidente da República – será o primeiro da lista mais votada.

Não há grande expectativa, visto que o novo Presidente já foi, na prática, nomeado por José Eduardo dos Santos, que está no poder há nada menos do que 38 anos. O Presidente será o general João Lourenço, agora ministro da Defesa. E o MPLA terá provavelmente nova maioria parlamentar, embora inferior às obtidas anteriormente.

O facto de dois terços da população angolana (28 milhões de habitantes) terem menos de 25 anos poderia indiciar uma mudança. Mas será certamente uma mudança limitada, pois Angola carece de liberdades cívicas e políticas próprias de uma democracia. Não basta fazer eleições: o regime anterior ao 25 de Abril, em Portugal, também organizou eleições, mas nem por isso era uma democracia.

Serão o novo Presidente e a nova maioria parlamentar capazes de tirar Angola da crise económica derivada do baixo preço do petróleo? Não será fácil, uma vez que a economia angolana não se diversificou, mantendo-se muito dependente do petróleo.

Um dos focos de atenção será perceber até que ponto o general João Lourenço poderá beliscar o império económico de José Eduardo dos Santos e da sua família, uma condição para reduzir o nível de corrupção na economia angolana – que é um travão ao crescimento económico do país. Mas se foi J. Eduardo dos Santos a escolher J. Lourenço, será irrealista esperar avanços significativos nessa frente.

Comentários
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  • Vasco
    22 ago, 2017 Setúbal 22:30
    Apenas vão mudar de rei porque quanto ao regime comunista esse parece eternizar-se por onde se impõe, quanto a progresso continuará a ser o reflexo disso mesmo pois a riqueza continuará a ficar nas mãos da nobreza que compõe o regime,é um problema deles e de quase todo o continente africano em geral!.
  • JP
    22 ago, 2017 Lisboa 11:32
    Oh! Sr. Cabral, francamente. Este artigo é uma perda de tempo, tenha dó.
  • Marco Visan
    22 ago, 2017 Lisboa 09:13
    «Não basta fazer eleições: o regime anterior ao 25 de Abril, em Portugal, também organizou eleições, mas nem por isso era uma democracia.» É inacreditável o que acabou de escrever. O que foram as eleições antes do 25 de Abril? Ou, talvez, a melhor pergunta a fazer seja o que foi este país antes do 25 de Abril e o que foi Angola antes do 25 de Abril? Portugal era um Império em decadência e Angola era uma colónia de Portugal. O que foi Angola antes do 25 de Abril, a partir de 1961? Angola foi palco de operações de guerra que envolveram o exército português, a FNLA, o MPLA e a UNITA. A guerra civil continuou neste país, desde 1974 e todos sabemos os custos que isso teve para Angola, até à captura de Jonas Savimbi, em 2002. Angola é soberana e independente há pouco tempo e nunca colonizou outro país, como nós portugueses fizemos. Por isso, a relação que Sarsfield Cabral faz entre o nosso método de fingir eleições antes do 25 de Abril e Angola de hoje é demasiado incorrecta e só demonstra como ele está desligado da realidade. Se a Renascença não encontrar outra pessoa para substituir o decadente e velho Sarsfield Cabral, eu começo a suspeitar que esta instituição à qual chamamos de «Renascença» é ela própria um regime.