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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Um caso não encerrado

23 jan, 2018 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O estranho caso de Tancos continua a ser um mistério. Não pode ser encerrado.

O Chefe do Estado Maior do Exército (CEME) considerou encerrado o caso do roubo (?) de armas e munições dos paióis de Tancos. Quatro processos disciplinares resultaram em penas ligeiras a militares subalternos.

O mais grave dos castigos, aplicado a um sargento que não mandou fazer as rondas de vigilância, consiste na proibição de saída do quartel durante duas semanas. Os paióis de Tancos foram entretanto fechados.

“O Exército fez o que tinha a fazer”, disse o CEME, general Rovisco Pais. Não, não fez, permito-me discordar. E o caso não pode ser dado como encerrado.

O roubo (que nem se sabe ao certo se foi mesmo roubo, como observou o ministro da Defesa) foi considerado um assunto gravíssimo, quando em Junho passado se descobriu que faltava material de guerra em Tancos. Semanas depois, esse material – que a certa altura foi classificado de “obsoleto” – reapareceu próximo de Tancos, com um bónus (material que não tinha saído daqueles paióis).

O que se terá passado, afinal? Os portugueses continuam na mais total ignorância. Talvez haja quem saiba, mas não estará interessado em dizer a verdade ao país. Ou talvez os altos responsáveis também ignorem o que terá acontecido, uma hipótese ainda mais preocupante.

Em Novembro passado, o Presidente da República, que por inerência é também o comandante supremo das Forças Armadas, insistiu na necessidade de integral apuramento das responsabilidades deste estranho caso, com divulgação pública.

Ora, o mistério continua. E pretendem colocar uma pedra sobre o caso? Não é aceitável.

Comentários
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  • José Saraiva
    24 jan, 2018 Viseu 09:41
    Acho que foi obra de extraterrestres...Tancos é uma área frequentada por OVNIS (área 51 portuguesa)....os "verdinhos" levaram o nosso MODERNO equipamento para ser "clonado"...A INVASÃO estará para breve!
  • pedro miguel
    24 jan, 2018 00:07
    começando pelo fim : é aceitavel , se for invocada a treta do interesse nacional. . Alias, suponho que o Francisco seja adepto dessa treta, nao neste caso, tá visto. E, sim, estava a ler e justamente a vir-me á memoria, se terá sido roubo, possibilidade tambem entao noticiada, e eis que o Francisco tambem refere essa duvida Nao me ocorre agora o que foi que o anterior PM disse , há ja sei, disse que o estado ate estava a lucrar com o dinheiro que meteu nos bancos . Ora, neste caso. todos nos lucramos com este roubo, pois a devoluçao aconteceu com juros.
  • Alfredo Costa
    23 jan, 2018 Porto 22:28
    Gostei muito deste artigo do professor Sassfeld Cabral, que sempre leio com interesse. No entanto, não deixo de notar a falta de comentários contra o professor. Porque razão será? Estará a censurá-los pelo direito à crítica?
  • JP
    23 jan, 2018 Olhão 14:46
    Sr. Cabral quem lhe passou uma procuração para o sr falar em nome de todos os portugueses quando diz e passo a citar. OS PORTUGUESES CONTINUAM NA MAIS TOTAL IGNORÂNCIA. Ponto 1 eu sou PORTUGUÊS E ESTOU BEM ILUCIDADO SOBRE O QUE ACONTECEU. Ponto 2. Eu desde o início deste caso que venho dizendo que a resolução do caso passava pelo responsável da rendição dos postos de vigia e pelo pessoal de vigia e mantenho a mesma opinião só me falta saber se o pessoal da ronda incluindo o oficial de dia também foi chamado. Ponto 3. O sr Cabral fica a saber que fui militar durante 6 anos dos quais 4 foram passados na guerra. Mas sr Cabral para dar mais credibilidade à minha narrativa vou-lhe contar um caso verídico. Estava eu a passar a ronda aos postos de vigia num quartel no mato quando ao longe detestei um soldado a fumar no posto. Sem fazer barulho aproximei-me do posto e comecei a subir ao alto da torre os militares 2 que estavam de reserva estavam a dormir no patamar inferior e não deram pela minha presença o que estava de vigia detectou que alguém ali estava e deu a senha e eu a contra senha. Durante esse tempo o militar meteu o cigarro dentro do cano da G3. Quando o chamei à razão negou mas eu vi o cigarro dentro do cano. Não participei do militar pois caderneta suja dava não entrar na FP. Disse ao dito que estavam ali dezenas de camaradas que confiavam nele e que um cigarro era detectado a 200 metros pondo em perigo a vida dele. Percebeu. Não misture política nisto.
  • XUXAS MANIPULADORES
    23 jan, 2018 Lx 14:36
    Este é o país maravilha do reino do xuxalismo...Uma vergonha e no final quem pagou foram os subalternos.Um país da treta, peta e da teta...Eçá explicou isso e Salazar ampliou os defeitos dos nossos governantes com uma diferença: Salazar era um tipo sério que morreu pobre e estes xuxas são venais e sempre implicados nos esquemas de corrupção e negócios.Por isso, afastaram o António José Seguro...