12 jun, 2018
Há mais portugueses a viver fora do país (cerca de 12,5 milhões, dois terços dos quais na Europa) do que os que vivem em Portugal. Sendo o Dia de Portugal também Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, tem sentido que o Presidente da República e o primeiro-ministro, além de outros governantes, festejem a data com essas comunidades - este ano nos Estados Unidos.
Os portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro mantém, em geral, uma apreciável ligação a Portugal, que se traduz no dinheiro que eles continuam a enviar para os seus familiares que ficaram por cá. Em 2017 as remessas de emigrantes ultrapassaram os 3,5 mil milhões de euros, quase um terço dos quais vieram de França. Isto acontece quando grande parte dos emigrantes está integrada nos países de acolhimento; e as novas gerações, que nasceram e cresceram nesses países têm obviamente uma relação mais distante com Portugal. Aliás, essas segundas ou terceiras gerações são as que sofrem mais problemas de identidade: os jovens não se sentem plenamente franceses, ou britânicos, ou o que seja, mas também não se sentem portugueses. O que, por vezes, cria complicados problemas de relacionamento entre essas gerações e os seus progenitores.
Com a crise da dívida pública intensificou-se a saída de Portugal de licenciados e doutorados. Por exemplo, cerca de 30% dos portugueses que estão no Reino Unido são licenciados. Mas maioria da emigração portuguesa continua a ser constituída por pessoas com baixas qualificações. Poucos regressam, pois têm no estrangeiro melhor qualidade de vida.
É antiga a tradição emigratória portuguesa. Durante o séc. XIX e a primeira metade do séc. XX o destino predominante de quem emigrava era o Brasil. Depois da II Guerra Mundial passou a ser a Europa, nomeadamente emigração para França, Reino Unido e Suíça. À volta de cem mil portugueses vivem agora em Espanha. Nos anos finais do “império colonial” houve alguma emigração para Angola, mas foi quase sempre muito escasso o número de portugueses que emigravam para as colónias.
A população ativa tende a diminuir em Portugal. A falta de trabalhadores suscita, já hoje, queixas nos mais variados sectores de atividade. Daí a urgência de incentivar a natalidade, que entre nós se encontra a nível baixíssimo. Rui Rio, líder do PSD, deu um contributo importante para esta questão. Entretanto, temos que estimular a imigração – como o primeiro-ministro A. Costa tem vindo a reconhecer.