20 jul, 2018
A 12 de junho Trump encontrou-se, em Singapura, com Kim Jung Un. Aparentemente, concordaram em desnuclearizar a Coreia do Norte, embora esta palavra possa ser entendida de várias maneiras. O presidente americano até disse, nessa altura, que o desarmamento nuclear de Kim começaria muito em breve. Depois, o secretário de Estado (ministro dos Negócios Estrangeiros) dos EUA, Mike Pompeo, foi a Pyongyang negociar com autoridades do regime. Após o encontro, Pompeo fez declarações encorajadoras. Pelo contrário, a Coreia do Norte emitiu um comunicado furioso, classificando de “própria de gangsters” a posição da delegação americana no decurso da reunião.
Muita gente pensou, então, que a Coreia do Norte iria, pela terceira vez nas últimas duas décadas, falhar o compromisso de eliminar as suas armas nucleares e os mísseis de longo alcance (isto é, capazes de atingirem os EUA). Tal hipótese ainda não foi desmentida pelos factos, embora Trump diga que as negociações prosseguem em bom clima. Sabe-se o que valem as palavras de Trump… E a posse de armas nucleares continua a figurar na constituição norte-coreana.
Certo é que Trump diz, agora, não haver uma data limite para a desnuclearização da Coreia do Norte. E Mike Pompeo aponta para o final de 2020 como termo desse processo de desnuclearização.
Contra o que é normal neste tipo de negociações, os dois líderes encontraram-se em junho, não para coroar uma longa negociação concluída com êxito, mas para iniciar uma nova negociação. E em Singapura, que se saiba, nada ficou assente na área vital da verificação do desarmamento, ou seja, da vigilância quanto à eliminação de armas nucleares e de mísseis de longo alcance. Ora os EUA de Trump denunciaram o acordo internacional com o Irão alegando que este país estava a produzir armas nucleares clandestinamente, acusação que os serviços secretos israelitas vieram há dias confirmar – mas a credibilidade desses serviços não é grande, dada a prioridade que Israel tem dado a combater o Irão, bem como o seu alinhamento com Trump.
Irão e Coreia do Norte, dois pesos e duas medidas em Washington? Mais tarde saberemos.