05 ago, 2019
O presidente Bolsonaro demitiu o diretor do organismo que mede a desflorestação na Amazónia. Este organismo informou que no último ano esta imensa zona verde perdeu quase seis mil quilómetros de área florestal e que o ritmo de desflorestação aumentou 40%. Bolsonaro considerou estes dados “mentirosos” e acusou aquele alto funcionário de estar ao serviço de uma ONG estrangeira.
Na Amazónia encontra-se 40% da área mundial de floresta tropical. Por enquanto, uma vez que desde os anos 70 do século passado a floresta amazónica perdeu quase 800 mil quilómetros quadrados. Agora, a desflorestação acelera-se, com a bênção de Bolsonaro.
Assim, aumenta a liberdade dos garimpeiros, que ali procuram ouro e outros minerais. O que não é geralmente legal, mas isso nada preocupa o presidente do Brasil. Bolsonaro só não abandonou o acordo de Paris, seguindo os EUA de Trump, por pressão da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, que não deve ficar muito tempo no cargo.
Os responsáveis pela desflorestação amazónica são, naturalmente, apoiantes de Bolsonaro, que nunca escondeu que os iria proteger. Incluindo os que – e não são poucos – expulsam ilegalmente e com brutal violência, incluindo o assassínio, os povos indígenas que ainda restam na Amazónia. O ministro do Ambiente, Ricardo Salles, afirma que o papel do Estado na Amazónia “é proteger os direitos de propriedade dos latifundiários”.
É um desastre ecológico e humano o que se passa na Amazónia. Na linha de Trump, que não acredita nas alterações climáticas e tem como lema “America first”, Bolsonaro tentou defender-se dizendo que a Amazónia pertence ao Brasil.
Mas os efeitos da desflorestação daquela enorme zona agravam os problemas climáticos noutras zonas do Brasil, intensificando as secas, os furacões e as enxurradas. E aumenta a emissão de gases de estufa para a atmosfera, prejudicando o resto do mundo. Se a situação não se alterar (o que não parece provável) é bem possível que o recente acordo entre o Mercosul e a União Europeia não seja ratificado por alguns países europeus, como a França.