06 set, 2021
Em 2018 Jerome Powell foi nomeado por Trump para presidente da Reserva Federal (banco central dos EUA).
No início do seu atual mandato J. Powell subiu os juros diretores da Fed, o que lhe valeu furiosos protestos de Trump. Powell não alimentou então uma guerra de palavras com o Presidente, limitando-se a mostrar com firmeza que a Fed é independente do poder político.
Quando a pandemia da covid-19 se manifestou em força nos EUA, quase paralisando a economia americana em março de 2020, J. Powell baixou a taxa de juro da Fed praticamente para zero. E, sob a sua orientação, a Fed lançou um gigantesco programa de compra de títulos no mercado – não apenas títulos da dívida pública americana, mas também, e pela primeira vez, obrigações de empresas privadas.
Durante a pandemia a Fed comprou uma quantia equivalente a 18% do PIB dos EUA, ultrapassando largamente o que fizera na crise financeira de 2008. Comentou o semanário “The Economist” que, além disso, Powell procurou melhorar a forma de comunicar da Fed, dirigindo as suas mensagens para o americano comum e não para os economistas.
Já no corrente ano a inflação nos EUA deu sinais de um regresso, ultrapassando os 5% na subida dos preços no consumidor, o que alertou os críticos da política monetária expansionista da Fed. Mas J. Powell não se precipitou e deu ouvidos à preocupação dos que receavam que um corte demasiado rápido nos estímulos monetários da Fed levasse a uma quebra no crescimento económico dos EUA.
Ora as tensões inflacionistas abrandaram em julho e agosto deste ano na economia americana, justificando a prudência de J. Powell. Depois disso, os enormes danos provocados pelos gigantescos incêndios florestais na Califórnia e pelos furacões na costa Leste dos EUA exigem uma política monetária não demasiado restritiva.
No passado dia 27 de agosto J. Powell levantou o véu sobre que a Fed tenciona fazer. Disse Powell que ainda neste ano de 2021 devem começar a diminuir os estímulos monetários da Fed, basicamente a compra de ativos, atirando para mais tarde uma subida dos juros.
O mandato de Powell termina em fevereiro de 2022. Tudo indica que o Presidente Biden o nomeará para um segundo mandato à frente da Fed.