24 fev, 2022
Nesta madrugada a Rússia invadiu a Ucrânia. As forças militares russas tinham crescido nas últimas semanas. Os Estados Unidos várias vezes alertaram para uma invasão iminente. Putin classificava de histeria esses alertas. Entre nós, não faltaram vozes críticas dos alarmes de Washington; e até figuras militares consideraram muito improvável uma invasão russa da Ucrânia. Mas ela aí está.
Putin quer fazer da Ucrânia uma outra Bielorrússia. Para tal, colocará em Kiev um governo obediente a Moscovo, que impeça uma democracia liberal de crescer na Ucrânia.
Para atingir os seus objetivos, Putin violou todas regras do direito internacional e da simples decência. Não é propriamente uma novidade, tendo presente o regime a que preside Putin e que envenena e mata opositores, até no estrangeiro.
O isolamento económico da Rússia, que as sanções irão acentuar, não desagrada a Putin e aos seus amigos. Há anos que eles se preparam para esse crescente isolamento. Mas nem por isso devem ser brandas as sanções contra esta invasão em larga escala.
Com certeza que as sanções terão custos para os países que as impõem. O custo da energia irá subir. Só que o custo de deixar passar impune o que Putin está a fazer seria muito superior aos inconvenientes das sanções.
A tragédia ucraniana obriga os países da União Europeia a tomarem a sério o imperativo de uma defesa digna desse nome. Aliás, sem uma defesa credível não pode existir uma política externa comum.
Para já, e além das sanções, importa apoiar os países do Leste europeu, que mais sentem os efeitos da prepotência russa. Efeitos entre os quais poderá estar uma onda de refugiados provenientes da Ucrânia ocupada.