Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​Dívidas e juros

14 set, 2022 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Os juros da dívida pública portuguesa subiram, mas não para os níveis de há anos. Importa que o serviço da dívida não absorva uma parte excessiva da receita dos impostos, como aconteceu no passado.

Os militares ucranianos enganaram os russos, que não esperavam um ataque no norte, na região de Kharkiv.

A vitória ucraniana nesta batalha não é o fim da guerra; mas já influenciou a cotação do euro, que subiu em relação ao dólar – agora um euro vale um pouco mais do que um dólar.

A Reserva Federal, o banco central americano, tem vindo a subir os seus juros e continuará a fazê-lo, o que atrai investidores estrangeiros. O BCE só começou a subir os juros meses depois.

O dólar serve também de moeda de refúgio, até porque a vasta economia americana tem crescido, ao passo que a economia europeia dá sinais de recessão. Daí que, a prazo, não seja realista esperar que o euro ultrapasse significativamente o dólar.

Os juros da dívida pública portuguesa subiram, acompanhando o movimento geral em alta dos juros das dívidas soberanas na Europa. Mas os juros da dívida portuguesa a dez anos mantêm-se abaixo dos juros das dívidas de Espanha, Itália e Grécia, o que é positivo.

Também positivas foram as recentes subidas dos “ratings” da dívida portuguesa por parte de duas agências de notação financeira.

No final de agosto a canadiana DBRS e a 9 de setembro a Standard & Poor’s subiram a notação da dívida portuguesa para níveis que já não são de “lixo” e que o Estado português não conseguia há 11 anos.

Estas agência dão orientações aos investidores, classificando as dívidas consoante as perspetivas de elas serem, ou não, capazes de pagar os empréstimos que os Estados recebem. É um instrumento útil aos capitalistas, mas também uma fonte de maior ou menor tranquilidade para os devedores, como é o caso de Portugal.

E os devedores da grande dívida pública portuguesa somos todos nós, os contribuintes

O Governo espera aumentar a despesa do Estado com juros, em 2023, o que não acontecia desde 2014.

É realista, mas importa que o serviço da dívida pública não absorva uma parte excessiva da receita dos impostos, como aconteceu em anos passados.

Portugal terá ainda que emitir dívida durante muitos anos.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.