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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Os bancos centrais e a inflação

25 mar, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A alta de preços abrandou com a subida dos juros dos bancos centrais. Mas nos EUA a inflação resiste a baixar para 2%. Na zona euro Christine Lagarde já admitiu que, em junho, poderá haver uma primeira descida dos juros. Mas não se comprometeu com o que o BCE fará a seguir.

Na semana passada a Reserva Federal (banco central dos EUA) não desceu os seus juros. E não parece otimista quanto à evolução da inflação. Por outro lado, a economia americana cresce mais do que a Fed previa, pelo que a manutenção daqueles juros não deverá ter efeitos económicos preocupantes.

O ano de 2023 terminou com o PIB dos EUA quase 3% acima do que se encontrava no final de 2022. E a Reserva Federal reviu em forte alta (quase para o dobro) as suas previsões quanto ao crescimento económico americano nos primeiros dois meses do ano corrente. O desemprego está abaixo dos 4% há 25 meses consecutivos.

É um espetacular crescimento, que não parece ainda ter convencido a maioria dos americanos. Pelo menos, as sondagens mostram que, até agora, o Presidente Biden não logrou conquistar um forte apoio popular, indispensável para vencer Trump em novembro.

A Reserva Federal atrasou-se um pouco a subir os juros em 2022, mas essa subida foi, depois, a mais intensa desde os anos 80 do século passado. Hoje a inflação anda pelos 3,2% nos EUA, depois de se ter aproximado da meta dos 2%.

O Banco Central Europeu (BCE) seguiu uma via paralela às decisões da Reserva Federal. A inflação na zona euro situa-se agora nos 2,6%, mas ninguém pode garantir que não haverá recuos, como aconteceu em solo americano.

Christine Lagarde já admitiu que, na reunião de junho do BCE, poderá haver uma primeira descida dos juros. Mas, compreensivelmente, não se comprometeu com o que o BCE fará a seguir. Tudo depende do comportamento da inflação no próximo verão.

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