08 mai, 2024
No passado dia
19 de abril a Índia começou a votar. A votação levará seis semanas, até 1 de
junho. A Índia ultrapassou a China como o país mais populoso do mundo; quase
mil milhões de indianos irão votar.
Para uma mudança política? É improvável. Narendra Modi é primeiro-ministro do governo nacional da Índia desde 2014; antes, chefiou o governo do Estado de Gujarat entre 2001 e 2014. Modi é líder do partido Janata e as sondagens apontam para que seja reeleito uma vez mais.
A atual oposição a nível nacional na Índia é do partido do Congresso. Este partido conduziu a Índia à independência e governou o país desde Nehru até 2014, mas as vitórias de Modi afastaram-no do poder. O líder do partido do Congresso é agora um bisneto de Nehru, Rahul Gandhi (não é parente de Mahatma Gandhi), que não se tem mostrado capaz de vencer Narendra Modi.
A Índia é hoje a quinta economia mundial, tendo ultrapassado o Reino Unido. Tem um apreciável crescimento económico, que tirou da miséria muitos milhões, mas a pobreza ainda é bem visível nas grandes cidades. O PIB (produto interno bruto) por cabeça dos indianos é cerca de metade do PIB por cabeça dos chineses.
A democracia indiana é a maior do mundo, mas tem perdido qualidade com Narendra Modi. Este pretende que o regime político esteja ligado à religião hindu (seguida por 80% da população) e desfavoreça os que praticam religiões minoritárias, nomeadamente muçulmanos e também cristãos.
Quando os ingleses terminaram a sua colonização, a falta de liberdade religiosa já tinha levado a mortíferos confrontos entre hindus e muçulmanos e à divisão Índia/Paquistão. Modi, longe de estimular uma convivência pacífica entre hindus e muçulmanos, considera o hinduísmo uma religião de Estado.