07 jun, 2024
Espera-se nas eleições de domingo próximo uma subida na votação de partidos da direita radical. Mas o Chega parece ser exceção nessa tendência, a fazer fé numa sondagem publicada ontem, quinta-feira.
Vemos políticos da área da direita radical a moderarem os seus instintos eurocéticos para se tornarem elegíveis. Se o fazem é porque a impopularidade da União Europeia (UE) não é tão acentuada como por vezes se diz.
Aliás, o último Eurobarómetro diz que 54% dos inquiridos, 74% em Portugal, consideram que a UE está hoje melhor preparada para enfrentar crises graves do que há cinco anos. Por isso a maioria dos políticos eurocéticos deixou de falar em acabar com a UE ou abandonar a moeda única, preferindo falar em mudanças.
Conta, também, o que se passou com a saída do Reino Unido da Europa comunitária. No dia 31 de janeiro de 2020 o Reino Unido deixou de ser um Estado membro da UE. Mas, hoje, muitos britânicos que apoiaram essa saída lamentam que ela tivesse acontecido.
Recorde-se que os propagandistas do Brexit prometeram maravilhas para uma Grã-Bretanha fora da UE. Afinal, a maioria da opinião pública britânica sente, agora, que a saída da UE foi prejudicial para o seu país.
Por outro lado, os partidos da direita radical começam a afastar-se uns dos outros. Assim, Marine Le Pen rejeita que deputados europeus do seu partido partilhem, no Parlamento Europeu, o mesmo grupo parlamentar onde esteja o muito radical AfD, da Alemanha. E a primeira ministra italiana, Giorgia Meloni, líder de um partido com raízes no fascismo de Mussolini, aproxima-se da Comissão Europeia.
É provável que novas divisões avancem nos próximos tempos.