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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​O Chega revela-se

30 out, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Os portugueses não devem esquecer as recentes palavras de altos dirigentes do Chega. Um partido que aproveita a democracia para promover a instauração de um regime nada democrático.

Os distúrbios na Grande Lisboa, que começaram na semana passada, levaram dirigentes do partido Chega a fazerem afirmações polémicas. O Ministério Público abriu um inquérito a essas declarações.

A justiça dirá se tais afirmações constituem crime. O meu ponto não é esse – apenas quero salientar quanto recentes declarações de três dirigentes do Chega revelaram a verdadeira face desse partido.

O líder do Chega, André Ventura, referindo-se ao polícia que alvejou mortalmente Odair Moniz, afirmou: “Obrigado. Era esta a palavra que devíamos estar a dar ao polícia que disparou sobre mais este bandido na Cova da Moura”. E acrescentou, referindo-se ao polícia: “Nós não devíamos constituir este homem arguido. Nós devíamos condecorá-lo”.

Nesta linha, Ricardo Reis, assessor parlamentar do Chega, considerou que o polícia arguido “deixou as ruas mais seguras”, acrescentando “menos um criminoso... menos um eleitor do Bloco”. Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, por sua vez afirmou: “se calhar, se disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.

Eis, portanto, a ordem que o Chega deseja para o nosso país. É bom que os portugueses atentem nestas palavras de altos dirigentes do Chega e não as esqueçam. Um partido que aproveita a democracia para promover a instauração de um regime nada democrático.

Comentários
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  • Ricardo
    06 nov, 2024 Lisboa 20:04
    Este dr vive na pacatez dos bairros de luxo de Lx sabe lá este cavalheiro o caos , o crime e a imoralidade que reinam naqueles bairros provavelmente , dá uma esmolinha a alguma associação de beatas que " supostamente ajudam " naqueles infernos.
  • sofia
    30 out, 2024 lisboa 11:35
    O cronista descontextualizou as declarações dos dirigentes do Chega. Felizmente estamos num Estado de direito e em tribunal as questões são analisadas sem vieses ideológicos. Qualquer pessoa de bom senso e boa-fé que analise as frases dentro do conjunto da ideia que estava a ser dita, percebe que não há qualquer promoção a um regime “nada democrático”, como diz o cronista. Aliás, gostava de saber que regime é esse “nada democrático” que diz que o chega quer instaurar. Será que é um regime onde os “jornalistas” não são imparciais? Onde condenam as declarações de um partido de direita, mas não escrevem uma linha sobre o incitamento ao ódio e violência quando proferidos por partidos de esquerda? É que se for esse regime, senhor cronista, desculpe, mas já existe.
  • E depois?
    30 out, 2024 Portugal 09:11
    O Chega!, pela boca dos seus dirigentes, disse apenas aquilo que a esmagadora maioria da população verdadeiramente portuguesa pensa, mas não tem coragem de o dizer, envolvidos que estão no Wokismo reinante. E aproveito para perguntar se no seu périplo pelos bairros dos desordeiros, o tira-selfies de Belém "tem um tempinho" para ir visitar as esquadras em ruínas, que albergam os nossos defensores, paredes-meias com ratos e onde até chove dentro.