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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Pessimismo em Baku

15 nov, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O aquecimento global continua a aumentar, pondo em risco as metas do Acordo de Paris. A Conferência do Clima das Nações Unidas em Baku, Azerbaijão, não suscita qualquer otimismo. Mas talvez adiante alguma coisa na resposta à reivindicação dos países pobres, que exigem uma contribuição financeira dos países ricos para também eles conseguirem pôr em prática o combate às alterações climáticas e ao aquecimento global.

Decorre em Baku, capital do Azerbaijão, a COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre a evolução do clima. Em 2023 as emissões de gases com efeito de estufa atingiram um novo pico histórico. Ou seja, o aquecimento global não está a ser contido; pelo contrário, esse aquecimento avança, de modo que há muito quem duvide que se atingirá a prometida meta do Acordo de Paris, que era – e é – não ultrapassar 1,5 ou, no máximo, 2 graus centígrados na subida do aquecimento global em relação aos níveis pré-industriais.

Os efeitos do aquecimento global já são tragicamente bem visíveis. Veja-se o que há dias se passou em Valência (Espanha). E agora as chuvas torrenciais atingem Malaga. Para quem seja mais sensível a perdas económicas do que à morte de dezenas de pessoas, um recente estudo aponta que na União Europeia as perdas causadas pelas alterações climáticas entre 2010 e 2020 foram superiores a 145 mil milhões de euros.

Será que os governos estão a desistir do combate contra o aquecimento global? É uma conclusão possível, dada a quantidade de líderes governamentais que decidiram não participar na COP29 em Baku. Se os líderes governamentais não se empenham neste combate, a causa está perdida.

Para agravar as perspetivas quanto ao clima, Trump, que não leva a sério as alterações climáticas, regressa em Janeiro à Casa Branca. Ele incita a aumentar a pesquisa e exploração de petróleo nos Estados Unidos, adiando a transição para fontes energéticas não poluentes.

Apesar de todas estas circunstâncias negativas talvez a cimeira de Baku consiga ultrapassar um problema que tem atrasado o combate ao aquecimento global. Refiro-me à justa reivindicação dos países menos desenvolvidos em matéria financeira. Eles alegam que os países ricos e industrializados durante longas décadas poluíram sem pagarem por isso um centavo. Daí a exigência que os países desenvolvidos e ricos contribuam financeiramente para o combate à poluição e ao aquecimento global realizado pelos países pobres.

Comentários
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  • António Costa
    15 nov, 2024 Porto 08:44
    Na verdade até ando intrigado com o Japão, não são noticia por estas bandas, mas o Anjo do Japão tem benesses em exagero, talvez devessemos olhar melhor como estão eles ganhando esta guerra do "aquecimento global".
  • António Costa
    15 nov, 2024 Porto 08:35
    Num ponto estou de acordo, auxílio aos paises pobres, aos povos mergulhados na miséria é a solução, quem o assim fizer será pago, pois tira de si para fazer um serviço a outro, é inquestionável ser essa a solução, de certa medida é louvavel nos ter sido dada essa possibilidade, quanto ao resto cada um na sua.