15 nov, 2024
Decorre em Baku, capital do Azerbaijão, a COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre a evolução do clima. Em 2023 as emissões de gases com efeito de estufa atingiram um novo pico histórico. Ou seja, o aquecimento global não está a ser contido; pelo contrário, esse aquecimento avança, de modo que há muito quem duvide que se atingirá a prometida meta do Acordo de Paris, que era – e é – não ultrapassar 1,5 ou, no máximo, 2 graus centígrados na subida do aquecimento global em relação aos níveis pré-industriais.
Os efeitos do aquecimento global já são tragicamente bem visíveis. Veja-se o que há dias se passou em Valência (Espanha). E agora as chuvas torrenciais atingem Malaga. Para quem seja mais sensível a perdas económicas do que à morte de dezenas de pessoas, um recente estudo aponta que na União Europeia as perdas causadas pelas alterações climáticas entre 2010 e 2020 foram superiores a 145 mil milhões de euros.
Será que os governos estão a desistir do combate contra o aquecimento global? É uma conclusão possível, dada a quantidade de líderes governamentais que decidiram não participar na COP29 em Baku. Se os líderes governamentais não se empenham neste combate, a causa está perdida.
Para agravar as perspetivas quanto ao clima, Trump, que não leva a sério as alterações climáticas, regressa em Janeiro à Casa Branca. Ele incita a aumentar a pesquisa e exploração de petróleo nos Estados Unidos, adiando a transição para fontes energéticas não poluentes.
Apesar de todas estas circunstâncias negativas talvez a cimeira de Baku consiga ultrapassar um problema que tem atrasado o combate ao aquecimento global. Refiro-me à justa reivindicação dos países menos desenvolvidos em matéria financeira. Eles alegam que os países ricos e industrializados durante longas décadas poluíram sem pagarem por isso um centavo. Daí a exigência que os países desenvolvidos e ricos contribuam financeiramente para o combate à poluição e ao aquecimento global realizado pelos países pobres.