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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Antes de Trump regressar à Casa Branca

20 nov, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Faltam dois meses até Trump regressar à Casa Branca. O que até lá se passa é em larga medida encarado como queimar os últimos cartuchos antes do regresso de Trump ao poder.

Dois meses antes de Trump tomar posse de Presidente dos EUA, o seu antecessor J. Biden acedeu a um pedido há muito apresentado pela Ucrânia: autorizou que as forças ucranianas usem mísseis americanos de longo alcance visando alvos em território russo. A Ucrânia lançou seis destes mísseis, cinco dos quais foram derrubados e um foi danificado. A Rússia voltou a ameaçar com um possível recurso a armas nucleares.

Há muito que Zelensky pressionava Washington para permitir que mísseis fabricados nos EUA pudessem atingir alvos em território da Rússia. A hesitação americana tinha a ver com o receio de uma reação musculada de Moscovo. O que é que mudou?

Várias coisas. Nesta altura estão a combater os ucranianos, ao lado dos militares russos, milhares de soldados e oficiais da Coreia do Norte. A Rússia internacionalizou, assim, a guerra contra a Ucrânia. Aguarda-se uma forte ofensiva russa e norte-coreana. Aliás, os ataques da Rússia contra infraestruturas de energia ucranianas do passado fim de semana foram dos mais violentos desde o Verão. É uma maneira de semear o desânimo entre a população da Ucrânia

Acresce que o Presidente Joe Biden não ignora que Trump toma posse a 20 de Janeiro e que este seu sucessor não é propriamente um entusiasta do apoio à Ucrânia. Antes de ele entrar de novo para Casa Branca, Biden quis marcar uma posição.

Entretanto Trump prossegue a nomeação dos seus principais colaboradores. Agora foi nomeado para secretário (ministro) da Energia um empresário do setor do petróleo, Chris Wright, defensor do uso sem limites de combustíveis fósseis e um negacionista das alterações climáticas. Antes tinha sido nomeado secretário da Saúde Robert Kennedy Jr., um adversário das vacinas e promotor de teorias da conspiração.

Se agora já existe abundante matéria para Trump nos surpreender, o que acontecerá quando ele for de novo Presidente... Estamos a iniciar a tomada de contacto com o mundo de Trump.

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  • António J G Costa
    20 nov, 2024 Cacém 12:16
    Há uns 80 anos, a Europa saía de uma guerra devastadora realizada no seu território. Na Ásia a situação era ainda pior. Guerra civil na China e guerras na Coreia e Vietnam continuaram mesmo depois do fim da II Grande Guerra. Sem concorrência, com o território poupado à devastação da guerra, os EUA eram "grandes". Hoje com a "ajuda" da IA podem voltar a ser grandes. Disseram-me uma vez : "Não sei oque se passa, não quero saber e tenho raiva de quem sabe". A IA fabrica as noticias "convenientes" e fica tudo bem, tudo satisfeito. Qual é a política de Trump? Como escolhe os responsáveis pelos diferentes departamentos? Pela lealdade pessoal e pela projeção mediática. Não muito diferente de Putin ou Kim Jong-un.
  • Lobbys
    20 nov, 2024 Mundo 11:08
    A Ucrânia não deve esperar nada da Administração Trump, e deve estar precavida, arranjando novos fornecedores de armas e munições para aquilo que a crescente indústria bélica ucraniana ainda não produzir, e sobretudo uma alternativa ao Starlink do Musk, que por tiradas dadas, não se ensaia nada de cortar o acesso e deixar o exército ucraniano às escuras. Claro que o lobby de fabricantes de armas, se vir que a industria bélica europeia ameaça a posição dominante da indústria americana, vai pressionar Trump a rever a política. Mas até lá... Ucrânia, prepara-te!