04 dez, 2024
António Costa assinalou da melhor maneira o início do seu mandato como Presidente do Conselho Europeu: foi a Kiev prometer mais apoios à Ucrânia e a integração gradual deste país na União Europeia. Mas não garantiu ao Presidente da Ucrânia um convite para aderir à NATO, convite que Zelensky considera necessário para a sobrevivência da Ucrânia e para negociar com a Rússia o fim da invasão da Ucrânia.
O argumento de que um país em guerra como a Ucrânia não pode entrar na NATO, pois isso significaria a entrada em guerra de todos os membros da Aliança Atlântica, pode não se aplicar se os territórios ucranianos ocupados pelos russos ficarem de fora da tutela militar da NATO. E será sempre possível haver um convite da NATO para aderir mais tarde. Esta é a opção do ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, que espera que esse convite seja concretizado numa próxima reunião da NATO.
Veremos. O semanário The Economist, desde a primeira hora adepto do apoio à Ucrânia contra a invasão russa, dedica o seu último número a propor uma solução possível para a ocupada Ucrânia – “The least bad deal for Ukraine”, ou seja, a solução menos má para aquele país. Já não haverá soluções boas.
Também existem alguns sinais positivos. O chanceler alemão Olaf Sholz esteve na segunda feira em Kiev e prometeu mais ajuda militar, no valor de 650 milhões de euros, a ser entregue em Dezembro. Mas o partido democrata-cristão (CDU), na oposição, pretendia que a Alemanha permitisse o envio para a Ucrânia de mísseis Taurus, envio que o atual governo de Berlim não autorizou.