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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Tempos difíceis para a Ucrânia

04 dez, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi a Kiev apoiar a Ucrânia. Mas as perspetivas não são famosas, a ponto de o semanário The Economist apresentar uma “solução menos má para a Ucrânia”. Parece que já não existem soluções boas.

António Costa assinalou da melhor maneira o início do seu mandato como Presidente do Conselho Europeu: foi a Kiev prometer mais apoios à Ucrânia e a integração gradual deste país na União Europeia. Mas não garantiu ao Presidente da Ucrânia um convite para aderir à NATO, convite que Zelensky considera necessário para a sobrevivência da Ucrânia e para negociar com a Rússia o fim da invasão da Ucrânia.

O argumento de que um país em guerra como a Ucrânia não pode entrar na NATO, pois isso significaria a entrada em guerra de todos os membros da Aliança Atlântica, pode não se aplicar se os territórios ucranianos ocupados pelos russos ficarem de fora da tutela militar da NATO. E será sempre possível haver um convite da NATO para aderir mais tarde. Esta é a opção do ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, que espera que esse convite seja concretizado numa próxima reunião da NATO.

Veremos. O semanário The Economist, desde a primeira hora adepto do apoio à Ucrânia contra a invasão russa, dedica o seu último número a propor uma solução possível para a ocupada Ucrânia – “The least bad deal for Ukraine”, ou seja, a solução menos má para aquele país. Já não haverá soluções boas.

Também existem alguns sinais positivos. O chanceler alemão Olaf Sholz esteve na segunda feira em Kiev e prometeu mais ajuda militar, no valor de 650 milhões de euros, a ser entregue em Dezembro. Mas o partido democrata-cristão (CDU), na oposição, pretendia que a Alemanha permitisse o envio para a Ucrânia de mísseis Taurus, envio que o atual governo de Berlim não autorizou.

Comentários
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  • Está mal
    04 dez, 2024 Ucrânia 09:09
    Os tempos difíceis para a Ucrânia, começaram logo no dia da Independência, basta terem a Rússia ao lado. Um vizinho que ninguém quer ter. Agora, por falha das garantias e dos apoios ocidentais, chegou-se à situação atual. Não vejo a Rússia a devolver o território ocupado, por via de negociações. E não vejo a Ucrânia a entrar na NATO com os Moscovitas Órban, Erdogan, e até Fico a bloquearem acordo e os EUA a querer fazer a vontadinha da Rússia e muito relutantes a dar apoio.
  • António J G Costa
    04 dez, 2024 Cacém 08:57
    "Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado. Resignação para aceitar o que não pode ser mudado. E sabedoria para distinguir uma coisa da outra." Pois é. Ao cair o muro de Berlim à mais de 30 anos, parece que "esta" sabedoria foi "pelo cano abaixo". Ou nunca existiu. O Problema não é só da Ucrânia. A Democracia exige um grande conhecimento do mundo. O respeito pelo Outro não se pode assumir como "natural". Nos últimos 10 000 anos, as civilizações apenas cultivaram uma obediência cega ao "faraó" ao "imperador" ou ao "grande irmão". Para os desobedientes a cruz ou a fogueira. É só o Cristianismo que começa a questionar estas práticas ancestrais. E os valores cristãos só são "universais" no mundo do ocidental.