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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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O BCE e as incertezas

16 dez, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Como conseguirão a França e a Alemanha ultrapassar os problemas políticos e financeiros que agora os afetam? Ou até que ponto irá o protecionismo de Trump prejudicar o crescimento económico da zona euro? Por causa destas e de outras incertezas, o BCE tem de dar passos curtos, mês a mês ou pouco mais do que isso.

Na passada quinta-feira o Banco Central Europeu (BCE) cortou em 0,25 pontos percentuais as suas taxas de juro de referência. Esta descida dos juros do BCE era esperada.

O BCE indicou que, no futuro próximo, a tendência aponta para que em 2025 haja novas descidas de juros. É que o objetivo de colocar a alta geral de preços em 2% parece estar ao alcance do BCE no médio prazo.

Isso acontece, em boa parte, porque a economia da zona euro cresce muito debilmente. O próprio BCE prevê que o PIB da zona euro cresça apenas 0,7% em 2024 e 1,1% em 2025.

Poderá perguntar-se, então, porque não fez já o BCE uma descida dos juros mais pronunciada. A resposta tem a ver com as incertezas políticas e económicas que a zona euro enfrenta.

Por exemplo, como conseguirão a França e a Alemanha ultrapassar os problemas políticos e financeiros que agora os afetam, se é que vão conseguir. Outra incerteza envolve as subidas de direitos alfandegários anunciadas por Trump (próximo presidente dos EUA) – até que ponto irá o protecionismo de Trump prejudicar o crescimento económico da zona euro? E ainda há a guerra na Ucrânia, que Trump prometeu acabar em 24 horas.

Por causa destas e de outras incertezas, o BCE tem de dar passos curtos, mês a mês ou pouco mais do que isso.

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