30 dez, 2024
O ano de 2025 que aí vem será dominado por uma incerteza: como irá a Europa garantir a sua própria defesa, com Trump de novo na Casa Branca? Importa, assim, lançar o nosso olhar sobre o que se passou nas últimas décadas.
Na primeira metade do século XX os EUA ultrapassaram os seus instintos isolacionistas e acabaram por participar vitoriosamente nas duas guerras mundiais. Não se pode esquecer que grande parte da população norte americana viera da Europa, sobretudo fugindo das guerras europeias.
Depois do fim da segunda guerra mundial os EUA assumiram a defesa do mundo não comunista. Defender a Europa do expansionismo soviético era para os americanos, em larga medida, defender-se a si próprios.
Quando se deu o colapso do comunismo soviético respirou-se de alívio pelo fim do “equilíbrio do terror”, mas não se entrou numa nova era de paz. Multiplicaram-se então os conflitos nos Balcãs, nomeadamente no Kosovo, levando a várias intervenções da NATO, situação que só viria a ser “pacificada” já no século XXI.
Entretanto, os países europeus pouco investiram na sua própria defesa; era mais cómodo e mais barato abrigarem-se sob o guarda-chuva nuclear americano, face à União Soviética. Vários presidentes dos EUA insistiram com os líderes europeus para que participassem mais nos custos da defesa, mas sem grande êxito.
Só que, agora, com Trump de novo na presidência dos EUA, não será possível manter essa “demissão” europeia em matéria de segurança e defesa. É assunto para a próxima crónica.