11 mai, 2022 • Olímpia Mairos
O comentador d’As Três da Manhã considera que “a ideia de que o Kremlim tem um agente secreto em Setúbal é demasiado”, até porque “Portugal é um pouco irrelevante para a Rússia”.
Henrique Raposo dá razão a 75% a Rui Rio que quer explicações de António Costa e considera que, se o primeiro-ministro não foi informado, já deviam ter sido demitidos os responsáveis que nos serviços de informação não cumpriram algo de gravíssimo, até porque não foi desmentido, até à data, que esses mesmos serviços não estavam a seguir esta associação.
“Das duas uma, ou o SIS não entregou o relatório ao Governo e, nesse sentido, o SIS, ou seja, os nossos agentes secretos, foram amadores e alguém tem que ser demitido, ou, se o SIS entregou o relatório ao Governo e o Governo não fez nada, sobretudo no contexto pós 2014, com a invasão da Crimeia, há aqui muita insensibilidade e inépcia política em relação ao que se estava a passar”, argumenta.
“A terceira opção é - por isso que eu disse que o Rio tem razão - só a 75%, é que isto é uma enorme tempestade num copo de água, porque eu acho que o caso do Medina, em Lisboa, é muito mais grave do que isto”, acrescenta.
O comentador assinala que o caso que envolveu a autarquia da capital, que entregou dados da oposição russa, é “muito mais grave”. Já quanto a Setúbal, nota que “é muito mais ingênuo”, sublinhando, no entanto, que “há, de certeza, muita incúria da Câmara de Setúbal”.
“Eu podia estar aqui a queimar o PCP e os comunistas eram um alvo muito fácil, mas acho que há, sobretudo aqui, muita, muita ingenuidade, muita falta de noção do que é que se está a passar”, assinala.
O comentador questiona porque deverão os russos de estar preocupados com os ucranianos que vieram para Setúbal, quando “há cinco milhões de ucranianos que saíram”.
“Há aqui qualquer coisa que não faz sentido”, atira, reforçando que gostaria de “ter visto este nível de escândalo e de discussão, quando a Câmara de Lisboa deu à embaixada russa dados pessoais de opositores russos”.
“Isso é muito mais grave do que o que se está a passar”, afirma.